Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un diz ter 'botão nuclear' na sua mesa

Ditador norte-coreano ameaçou os EUA em seu discurso de fim de ano e disse que mísseis são capazes de alcançar todo o território norte-americano

Apesar das ameaças a Washington, o líder da Coreia do Norte adotou um tom mais conciliador com os vizinhos do Sul
Foto: Reprodução/Twitter
Apesar das ameaças a Washington, o líder da Coreia do Norte adotou um tom mais conciliador com os vizinhos do Sul

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, voltou a ameaçar os Estados Unidos com um ataque e afirmou ter "o botão nuclear" em sua mesa. A mensagem de fim de ano do ditador, divulgada pela agência de notícias oficial KCNA no fim da noite do dia 31 de dezembro, ainda destacou que a força nuclear de sua nação "foi completada" e que pode atingir "qualquer parte" do território norte-americano.

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"A inteira área dos Estados Unidos continentais estão sob nosso raio de ação nuclear. Que os EUA não iniciem nunca uma guerra contra mim ou o meu país", ameaçou. No entanto, apesar das ameaças a Washington, o líder da Coreia do Norte adotou um tom mais conciliador com os vizinhos do Sul.

"As Olimpíadas de Inverno, que ocorrerão em breve na Coreia do Sul, serão uma boa oportunidade para mostrar o estado da nação coreana e desejamos, sinceramente, que o evento se desenvolva com resultados positivos", disse sobre os Jogos de Pyeongchang, que ocorrem entre os dias 9 e 25 de fevereiro.

Testes e sanções

No fia do ano passado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou, por unanimidade,  novas sanções contra o país norte-coreano por conta de seu programa nuclear e balístico. As medidas incluem um limite às importações de petróleo refinado pelo país asiático e obrigam todos os norte-coreanos que trabalham em expedições marítimas a voltar para casa dentro de 12 meses.

O texto não prevê ações mais duras que eram buscadas pelos Estados Unidos, como a proibição total à importação de petróleo e o congelamento de todos os ativos internacionais do governo e de seu líder, Kim Jong-un .

As sanções são uma resposta ao lançamento de um míssil intercontinental realizado no fim de novembro de 2017. “Quanto mais ela nos desafiar, mais nós a puniremos", declarou a embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley.

Míssil intercontinental

O governo norte-coreano divulgou que o míssil lançado em novembro de 2017 pode atingir qualquer parte do território dos Estados Unidos . Em um anúncio especial na TV estatal, o regime informou que o teste realizado com o míssil balístico intercontinental foi bem-sucedido e que o “Hwasong-15” seria uma versão atualizada do “ICBMs” que foi lançado em julho.

Na mensagem anunciada horas depois do lançamento, a apresentadora Ri Chun-hee citou algumas aspas do presidente do país, Kim Jong-un, que teria afirmado: “agora, nós finalmente entendemos a grande causa histórica ao aperfeiçoar a força nuclear estatal, a causa de construir um foguete”.

Kim Jong-un teria assistido ao lançamento realizado em um subúrbio da capital Pyongyang. A agência de notícias oficial norte-coreana “KCNA” disse que o míssil é mais sofisticado que qualquer outro antes testado no país e que foi capaz de carregar uma “enorme e pesada ogiva nuclear”.

As informações sobre o novo lançamento norte-coreano ainda não foram verificadas, mas especialistas têm esperado que o país demonstrasse que possui todo o território norte-americano sob ‘sua mira e alcance’ – o que seria um desenvolvimento para fortalecer seu papel durante as negociações com Washington (sobre seu programa de armas nucleares).

Contudo, a Coreia do Norte ainda não provou que tem, realmente, a capacidade de unir uma ogiva nuclear “miniaturizada” com um míssil balístico de longo alcance, e de enviá-lo em uma trajetória que atinja os Estados Unidos.

* Com informações da Ansa