Premiê de Israel pede que Europa 'siga o exemplo de Trump' sobre Jerusalém

Na semana passada, o presidente dos EUA reconheceu a cidade como a capital de Israel; decisão gerou confrontos e ampliou a violência na região

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu elogiou a decisão de Donald Trump sobre a cidade sagrada
Foto: Creative Commons
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu elogiou a decisão de Donald Trump sobre a cidade sagrada




O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, iniciou, nesta segunda-feira (11), uma visita oficial à Bélgica, onde se encontra com liderança da União Europeia. A viagem ocorre em meio a uma sequência de chamados 'dias de fúria', marcados por confrontos entre palestinos e israelenses, após a decisão polêmica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. 

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Apesar das consequências no Oriente Médio, Netanyahu aproveitou a visita à Europa para elogiar a decisão polêmica de Trump e para pedir que os países europeus "façam o mesmo". Afinal, a "paz se torna possível" com tal decisão, segundo ele.

"O que o presidente Trump fez foi colocar na mesa o que somos. A paz é baseada sobre o reconhecimento da realidade e Jerusalém é a capital de Israel, isso é evidente para todos. Mesmo que não tenhamos um acordo agora, isso vai acontecer no futuro: a maior parte dos países europeus transferirão as suas embaixadas para Jerusalém, reconhecendo-a como a capital de Israel", disse o premiê durante uma coletiva de imprensa na sede da entidade.

Posicionamento da União Europeia

Em resposta, a alta representante europeia para Segurança e Política Externa, Federica Mogherini, condenou a "inaceitável escalada de violência" no Oriente Médio. Além disso, garantiu que a União Europeia seguirá as resoluções da Organização das Nações Unidas para encontrar a paz na região.

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"Queremos respeitar o status internacional de Jerusalém", afirmou a italiana. "A União Europeia aumentará o seu trabalho para iniciar a retomada do processo de paz, também com os parceiros da região, a partir do Egito e da Jordânia, e com as duas partes, Israel e Palestina, mesmo sendo esses tempos difíceis", continuou, em coletiva.

O bloco, segundo ela, segue mantendo sua postura de que a solução do conflito no Oriente Médio é baseada na fórmula dos "dois Estados", com Jerusalém "sendo capital de ambas", e "continuaremos a respeitar o acordo internacional sobre Jerusalém, até quando o status da cidade sagrada seja resolvido por uma negociação entre as duas partes".

"A pior coisa que pode acontecer agora é a escalada da violência, antes de tudo nos locais sagrados, mas também na região e além. Exprimimos na maneira mais profunda nosso compromisso e apoio ao trabalho que o rei da Jordânia está fazendo como protetor dos locais sagrados", disse Federica.

Decisão de Trump

Na última quarta-feira (6), após rumores que surgiram desde a campanha presidencial, Trump tomou uma decisão unilateral e ratificou que os Estados Unidos reconhecem Jerusalém como capital de Israel. O reconhecimento vai resultara na transferência da Embaixada no país de Tel-Aviv para a cidade, que conta com a administração política israelense.

No entanto, a decisão não informou nada sobre a questão dos palestinos, que reivindicam a "Jerusalém Oriental" como sua capital. Nenhum país do mundo reconheceu anteriormente a questão, seguindo uma decisão da ONU.

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Netanyahu fará uma série de visitas oficiais a países europeus, sendo a primeira viagem do chefe de Governo de Israel ao continente nos últimos 22 anos.

* Com informações da Agência Ansa.