A Corte japonesa anunciou nesta terça-feira (7) a sentença de morte de uma das criminosas mais populares do país, a milionária Chisako Kakehi, de 70 anos, conhecida como “Viúva Negra”. Ela assassinou ex-amantes pela ingestão de cianeto e, após matá-los a sangue frio, adquiria suas heranças e bens. As informações são do jornal "The Guardian".
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A Justiça do Distrito de Kyoto condenou a “ Viúva Negra
” pela morte de três homens, incluindo o último esposo, e teria tentado assassinar uma quarta pessoa. O caso chocou o Japão, e Kakehi acabou se tornando bastante conhecida por sua tática de matar homens idosos pela ingestão do cianeto – daí o apelido que faz comparação com a aranha de mesmo nome, que mata os machos depois da copulação.
“A acusada obrigou suas vítimas a tomarem drinks envenenados com a intenção de matar em todas as quatro vezes”, apontou o juiz responsável pelo caso, Ayako Nakagawa, que rejeitou os argumentos da defesa de que a milionária não poderia ser julgada criminalmente, uma vez que sofre de demência.
Os promotores ainda disseram que Kakehi matou um dos homens depois de descobrir que o seu seguro de vida valia milhões de dólares. Supostamente, ela teria acumulado uma quantia de US$ 8,8 milhões em um período de dez anos, porém, posteriormente, perdeu a maior parte da fortuna por causa de uma negociação financeira infrutífera.
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Ainda segundo as investigações, a criminosa
teria mantido relações com diversos homens, em sua grande parte mais velha ou doente, conhecendo-os por meio de agências de encontro, onde também estipulava que os parceiros “fossem ricos e sem filhos”.
A condenada também recebeu o apelido de “ A Senhora do Veneno ”. A substância foi encontrada no corpo de pelo menos duas das três vítimas com quem ela se relacionou, e a polícia ainda teria encontrado alguns traços de cianeto no lixo da casa dela, em Kyoto. Também foram achados alguns objetos para a administração de drogas e livros médicos no apartamento da criminosa.
Inicialmente, Kakehi se negou a falar sobre os crimes diante da Corte, logo no começo de seu julgamento, em junho deste ano. Contudo, ela acabou admitindo ter assassinato seu quarto marido, em 2013. “Eu o matei porque ele deu a outras mulheres milhões de yens, mas para mim ele não dava nem um centavo”, disse ao juiz.
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A “Viúva Negra” afirmou aos jurados que está pronta para ser enforcada. “Mesmo se os juízes me executarem amanhã, eu morreria sorrindo”. Apesar disso, os advogados de defesa poderão apelar para uma Corte Superior, o que pode arrastar a condenação da assassina japonesa.