Jornal “Charlie Hebdo” aciona a Justiça após aumento das ameaças de morte

Profissionais do semanário relatam que as ameaças cresceram depois da publicação da última edição, que mira ironias acerca de teólogo suíço acusado de abuso sexual; jornal francês sofreu atentado em janeiro de 2015

Cartunista afirmou, em entrevista à rádio 'Europe 1 nesta segunda', que o Charlie Hebdo vem sofrendo novas ameaças
Foto: Reprodução/Youtube Europe 1
Cartunista afirmou, em entrevista à rádio 'Europe 1 nesta segunda', que o Charlie Hebdo vem sofrendo novas ameaças

Mais uma vez, o jornal satírico “Charlie Hebdo” está na mira de ameaças realizadas por pessoas descontentes com o conteúdo polêmico das edições. Nesta segunda-feira (06), o cartunista Riss anunciou que apresentou uma denúncia formal à Justiça da França por causa de inúmeras ameaças de morte que os funcionários da empresa estão sofrendo.

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Em uma entrevista à rádio “Europe 1” na manhã de hoje, Riss afirma que houve um crescimento no número de ameaças aos jornalistas do “ Charlie Hebdo ” desde a última edição, publicada no dia 1º de novembro, que traz em sua capa o controverso teólogo suíço, Tariq Ramadan.

Ainda durante a entrevista, o cartunista diz que a maior parte das ameaças acontece por redes sociais. “Às vezes, há um aumento de ameaças. Saber se são sérios ou não é sempre difícil, mas por princípio, nós apresentamos uma denúncia”, contou.

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Na edição de novembro, o teólogo – que é professor da prestigiada Universidade de Oxford, no Reino Unido – aparece com um enorme pênis ereto, acompanhado da frase “eu sou o sexto pilar do Islã”. Ramadan já foi denunciado duas vezes por abuso sexual, ambas em outubro, e afirma ser “alvo de uma campanha caluniosa”.

Atentado terrorista

O jornal francês foi alvo de um atentado terrorista em janeiro de 2015, quando 12 profissionais foram mortos e cinco ficaram feridos dentro da redação, que fica na França. Na época, o ato foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, em meio a uma série de atentados semelhantes em Paris . O maior deles aconteceu dez meses depois do ataque ao semanário satírico, também na capital francesa, quando seis terroristas mataram 130 pessoas .

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Os mortos no atentado contra o “Charlie Hebdo” foram: os cartunistas Stéphane Charbonnier (Charb), que era diretor do jornal na época, Jean Cabut (Cabu), Georges Wolinski, Bernard Velhac (conhecido como Tignous), Philippe Honoré (Honoré), o jornalista e economista Bernard Maris, o funcionário de manutenção Frédéric Boisseau, e o policial Franck Brinsolaro. O atentado terrorista foi realizado pelos irmãos Said e Chérif Kouachi , que estavam armados com fuzis Kalashnikov, supostamente em forma de protesto contra o conteúdo do semanário.

*Com informações da Agência Ansa