O secretário-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, anunciou neste domingo (22) que voltou atrás em sua decisão e irá revogar o título de "embaixador da boa vontade" para o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe . À frente do país desde 1980, Mugabe é o lider de um regime ditatorial. Em publicação em sua conta no Twitter, Ghebreyesus afirmou ter ouvido aqueles que expressaram suas preocupações.

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"Nos últimos dias, refleti minha nomeação a Robert Mugabe como embaixador da boa vontade da OMS na África. Como resultado, decidi rescindir a nomeação", afirmou. A escolha foi alvo de indignação entre doadores da OMS e grupos de direitos humanos que consideram que o sistema de saúde do Zimbábue sofreu um colapso durante o regime liderado por Mugabe. Para justificar sua decisão, a OMS apontava os esforços do país na luta contra o tabaco e doenças não transmissíveis.

Governo dos EUA fez críticas à nomeação do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, como
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Governo dos EUA fez críticas à nomeação do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, como "embaixador da boa vontade"

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Além dos ativistas, a comunidade internacional se manifestou contrária à nomeação de Mugabe. Maior doador da OMS, o governo dos Estados Unidos fez duras críticas à decisão. "A indicação claramente contradiz os ideais da ONU [Organização das Nações Unidas] de respeito aos direitos humanos e à dignidade humana", declarou o Departamento de Estado, por meio de comunicado oficial.

Canadá, Irlanda e Reino Unido também condenaram a decisão de Ghebreyesus, chamando-a de "surpreendente e decepcionante". Para Jeremy Farrar, diretor da ONG Welcome Trust, que atua na área da saúde, Mugabe "não cumpre nenhum dos valores" esperados pela ONU. O governo do Zimbábue, por sua vez, pediu neste domingo que o secretário da OMS defenda a nomeação de Robert Mugabe.

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Para o ministro de Educação Superior, Jonathan Moyo, a OMS perderá o respeito se reverter a decisão. O país africano vive há alguns anos uma grave crise econômica. Os preços de produtos farmacêuticos cresceram quase 70% por conta de dificuldades para importação. No controle do Zimbábue há 37 anos, Mugabe é acusado de violações de direitos humanos e perseguição aos seus rivais políticos.

* Com informações da Ansa.

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