Executivo da Odebrecht afirmou ao MPF que combinou contribuição com ex-presidente de estatal venezuelana
Divulgação/Odebrecht
Executivo da Odebrecht afirmou ao MPF que combinou contribuição com ex-presidente de estatal venezuelana

ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz divulgou nessa quinta-feira (12) vídeo do presidente da Odebrecht no país, Euzenando Azevedo, admitindo ter recebido um pedido de US$ 50 milhões para financiar a campanha eleitoral de Nicolás Maduro à Presidência.

A contribuição da Odebrecht  ao regime chavista foi fechada em US$ 35 milhões, e o pagamento foi realizado por meio de um intermediário chamado Américo Mata, ex-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural da Venezuela.

O vídeo da delação é de dezembro de 2016, quando o executivo brasileiro prestou depoimento na sede do Ministério Público Federal (MPF) em Sergipe. Azevedo relembrou que, antes de morrer, Hugo Chávez indicara o então vice-presidente Nicolás Maduro para substituí-lo. "Eu fui procurado por um dos representantes de Maduro, chamado Américo Mata. Eu já o conhecia porque circulava no governo e, quando o presidente Chávez estava doente, Maduro ia visitar nossas obras, sempre acompanhado de Mata", relatou.

Ainda segundo o executivo brasileiro, Mata lhe pediu uma contribuição de US$ 50 milhões para financiar a campanha de Maduro. "Mata me procurou e fechou um encontro comigo. Ele sabia de nosso negócio e do tamanho de nossas operações, então me pediu uma contribuição para ajudar a campanha de Maduro. Ele pediu um valor grande para a época, e eu aceitei dar US$ 35 milhões", revelou.

Em troca, Azevedo disse ter pedido que o governo continuasse dando prioridade a obras da empreiteira no país. "Nós negociamos e eu aceitei pagar", concluiu.

O vídeo foi divulgado pouco tempo depois de o atual procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, publicar um comunicado com um pedido de alerta vermelho na Interpol contra Azevedo e Luisa Ortega Díaz. 

Ex-procuradora

Dissidente do regime chavista, Luisa Ortega Díaz rompeu com o governo após o Tribunal Supremo de Justiça venezuelano (alinhado com o regime) anular as prerrogativas do Parlamento do país (de maioria oposicionista), no fim de março. Em agosto deste ano, as atribuições do Porder Legislativo passaram às mãos da Assembleia Nacional Constituinte , grupo formado somente por aliados de Maduro.

Ortega Díaz garante ter provas de esquemas de corrupção envolvendo Maduro e a empreiteira brasileira Odebrecht. Ela diz ter sido perseguida pelo governo em seu país e, hoje, está exilada na Colômbia. 

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*Com informações e reportagem da Ansa

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