Tarek William Saab assumiu a procuradoria-geral da Venezuela após a destituição de Luisa Ortega Díaz
Divulgação/Governo da Venezuela
Tarek William Saab assumiu a procuradoria-geral da Venezuela após a destituição de Luisa Ortega Díaz

Nomeado para o cargo pela ditadura chavista de Nicolás Maduro, o novo procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, disse nesta quarta-feira (23) que as denúncias da sua antecessora, Luisa Ortega, que assegura ter "muitas" provas de corrupção contra os principais integrantes do governo do país, não são válidas.

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"Estamos falando de uma ex-procuradora-geral que foi removida do cargo por ter cometido faltas graves contra a moral, contra a ética", declarou Saab, após reiterar suas denúncias contra a ex-procuradora geral da Venezuela por supostamente liderar uma rede de extorsão durante seus dez anos no cargo.

Durante uma entrevista coletiva em Caracas, Saab criticou que Ortega tenha esperado uma década para tornar públicas suas denúncias contra altos dirigentes da chamada revolução bolivariana, da qual se distanciou nos últimos meses por uma suposta ruptura da ordem constitucional.

"Dez anos depois, e fora do país, ela decide vir falar do que não fez, do que foi cúmplice (...) Carece de toda validade o que possa dizer uma ex-procuradora-geral que, em quase dez anos, não impulsionou uma ação contra nenhuma das pessoas das quais ela agora fala", destacou Saab.

Acusação

Ortega abandonou seu país após ser acusada de traição pelo governo e destituída pela plenipotenciária ANC (Assembleia Nacional Constituinte), integrada unicamente por governistas, que designou Saab para seu lugar.

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"Agora ela é uma turista mundial. É preciso ver quem suporta logisticamente todas essas viagens com um séquito a cada dia maior", afirmou o novo procurador, em alusão às visitas que Ortega fez à Colômbia e ao Brasil. Segundo ela, as viagens são para entregar provas de vários delitos que envolvem o Executivo venezuelano.

Saab indicou que a ex-funcionária deveria ter apresentado essas provas perante a Justiça venezuelana, mas ela disse que no país não há possibilidade que estas denúncias prosperem, uma vez que o Poder Judiciário está subordinado ao governo.

Ortega atribuiu sua destituição e a perseguição política que diz sofrer "ao afã de esconder os fatos de corrupção" dos quais, segundo assegura, tem "muitas provas", e às investigações que preparava sobre os subornos pagos pela Odebrecht a várias autoridades.

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"Tenho provas no caso Odebrecht que comprometem Maduro , Diosdado Cabello, Jorge Rodríguez e outros", garantiu Luisa Ortega hoje na cerimônia de abertura de uma reunião de procuradores dos países do Mercosul em Brasília, onde disse que queria denunciar perante o mundo a situação de "corrupção desmedida" na Venezuela.


* Com informações da Agência Brasil

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