Segundo autoridades dos EUA, Odebrecht distribuiu US$ 788 milhões em propinas para atuar em 12 países
Divulgação/Odebrecht
Segundo autoridades dos EUA, Odebrecht distribuiu US$ 788 milhões em propinas para atuar em 12 países

O Ministério Público do Panamá informou nesta quinta-feira (11) que o grupo que atua na investigação do caso de corrupção envolvendo a brasileira Odebrecht apreendeu mais de US$ 13 milhões em contas bancárias. A informação é da agência EFE.

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Do total apreendido, US$ 10 milhões estão "em nome de uma empresa de construção brasileira", informou a Promotoria Especializada Anticorrupção, sem mencionar diretamente a Odebrecht . Também foram tomados US$ 485 mil e US$ 10 mil encontrados em duas contas de um gerente da empresa (que não foi identificado), e US$ 3,2 milhões em uma conta "de valores fixos".

O setor especializado do Ministério Público panamenho foi criado para acompanhar os casos e denúncias contra a empreiteira brasileira após a descoberta do escândalo do pagamento de propinas. As informações da promotoria do país foram transmitidas logo após a divulgação do conteúdo da delação da publicitária Mônica Moura , uma das responsáveis pela revelação do caso no Panamá.

Mônica afirmou que a construtora firmou acordo em 2014 com o então presidente panamenho, Ricardo Martinelli, para doar ilegalmente US$ 16 milhões à campanha de José Domingo Arias, que era apoiado por Martinelli e acabou derrotado nas urnas pelo atual mandatário, Juan Carlos Varela.

A marqueteira e seu marido, o também publicitário João Santana, informaram ainda que a maior parte dos recursos para a campanha eleitoral de Arias foi paga ilegalmente pela empreiteira brasileira com recursos não declarados e depósitos feitos no exterior.

No aguardo da Suíça

De acordo com informações divulgadas pelo portal de notícias panamenho Panama Today , os investigadores do país estão no aguardo de documentação do Ministério Público da Suíça, que foi o responsável por levantar informações sobre as atividades financeiras da Odebrecht. Essas informações já foram compartilhadas pelos suíços com as autoridades do Brasil e do Peru, onde um governador chegou a ser preso devido ao esquema . Além dos investigadores do Panamá, também estão no aguardo dos documentos da Suíça as autoridades do Equador.

As delações de Mônica e João Santana foram divulgadas nesta quinta-feira após decisão do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

A publicitária disse em sua delação que seus trabalhos no Panamá foram intermediados pelo diretor-geral da Odebrecht no país, André Rabello, quem os contatou pedindo ajuda para o candidato apoiado por Martinelli.

No Panamá, a investigação começou após a denúncia do ex-controlador Alvin Weeden, em setembro de 2015, sobre empresas panamenhas que foram utilizadas para transferências de dinheiro ligadas à Lava Jato, diz a Promotoria.

A Odebrecht é a principal empreiteira do Panamá e desde que chegou ao país, em 2007, executou projetos de que superam os US$ 9 bilhões. Segundo investigações realizadas pelos Estados Unidos, a empresa distribuiu cerca de US$ 788 milhões em propinas para atuar em 12 países da América Latina e da África.

*Com informações e reportagem da Agência EFE e da Agência Brasil

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