Chacal: apontado como um megalomaníaco egocêntrico por seus detratores, virou personagem de livros e filmes
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Chacal: apontado como um megalomaníaco egocêntrico por seus detratores, virou personagem de livros e filmes

A Justiça francesa condenou nesta terça-feira (28) o guerrilheiro venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como Carlos, o Chacal, à prisão perpétua por um atentado em Paris  em setembro de 1974, no qual duas pessoas morreram e 34 ficaram feridas. 

O Tribunal Criminal de Paris comunicou a terceira condenação à prisão perpétua do Chacal – atualmente com 67 anos e preso na França desde agosto de 1994 – após quatro horas de deliberação. O juiz François Sottet disse que, depois deste processo, que começou no último dia 13, o tribunal considerou provado que o venezuelano foi responsável pelos crimes.

A principal acusação é dos assassinatos de François Benzo e David Grunberg, após a explosão de uma granada lançada em uma galeria comercial do Boulevard Saint-Germain, em Paris, em 15 de setembro de 1974. Ele também foi condenado pelos ferimentos em 34 pessoas que estavam no local no momento da ação, pelos danos materiais causados e por posse e transporte de granada.

Antes de o tribunal se retirar para deliberar, Ramírez Sánchez denunciou que o processo foi "absurdo" por ter ocorrido quase 43 anos depois dos fatos e, principalmente, porque ele não teve chance de ficar frente a frente com as principais testemunhas. Na mesma linha pronunciaram-se, após a leitura da sentença, seus advogados, que anunciaram a apresentação de um recurso para um novo julgamento de apelação.

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Ilich Ramírez Sánchez está preso há 22 anos, desde que foi capturado no Sudão em uma operação dos serviços secretos. À época, ele já tinha recebido duas sentenças de prisão perpétua: a primeira, em 1997, por ter assassinado dois agentes secretos franceses e um confidente, em 1975, em Paris; e a segunda, confirmada em apelação em junho de 2013, por quatro atentados cometidos na França em 1982 e 1983, nos quais 11 pessoas morreram e cerca de 200 ficaram feridas.

Quem era Chacal?

Ilich Ramirez Sanchez foi, durante anos, o nome mais famoso da luta armada internacional (embora poucos conhecessem seu rosto). Apontado como um megalomaníaco egocêntrico por seus detratores, "Carlos" virou personagem de livros, documentários e filmes.

A ligação com o comunismo vem de família. Seu pai era um advogado marxista venezuelano, que decidiu dar a cada um dos três filhos um dos nomes verdadeiros de Lênin – a Carlos, coube Illich, segundo nome do líder da revolução bolchevique (Vladimir Illitch Ulianov).

Sua carreira de guerrilheiro começou na Jordânia, onde recebeu treinamento e teve seu primeiro contato com a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), após uma etapa de estudos acadêmicos em Moscou.

O nome de guerra "Carlos" surgiu pouco depois, quando o venezuelano passou a integrar as operações exteriores da FPLP e a realizar atentados contra alvos ligados a Israel.

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Carlos ganhou fama na Europa ao ser apontado como autor da tentativa de assassinato do irmão de um rico empresário judeu, ocorrida em Londres, em dezembro de 1973. Um mês depois, teria sido o responsável pela explosão de uma bomba em uma agência bancária também na capital inglesa.

O apelido foi dado pela polícia britânica, que ao revistar um de seus esconderijos, encontrou um exemplar do livro "O dia do Chacal", do inglês Frederick Forsyth.

* Com informações da Agência Brasil

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