Reunião na Casa Branca evidencia distância entre presidente dos EUA Donald Trump e a chanceler alemã Angela Merkel
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Reunião na Casa Branca evidencia distância entre presidente dos EUA Donald Trump e a chanceler alemã Angela Merkel

Apesar do clima de cordialidade em frente às câmeras, a coletiva de imprensa conjunta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, evidenciou as discordâncias entre os líderes das duas maiores potências do mundo ocidental.

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A conferência ocorreu na Casa Branca, em Washington, após uma reunião de aproximadamente 2h30 na sede do governo norte-americano. Trump recebeu Merkel com um sorriso e um rápido aperto de mãos, mas ignorou os pedidos dos fotógrafos para repetir o gesto no Salão Oval.

Na coletiva de imprensa, o republicano reforçou sua posição contrária à imigração e aos mecanismos multilaterais, enquanto a alemã saiu em defesa da globalização e das políticas de acolhimento a solicitantes de refúgio.

"A imigração é um privilégio, não um direito", afirmou o republicano, que recentemente assinou um novo decreto para proibir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países de maioria muçulmana: Síria, Iêmen, Irã, Sudão, Líbia e Somália. Destes, cinco – a exceção é o Irã – convivem com conflitos internos e são alguns dos principais geradores de refugiados no mundo.

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"Devemos proteger nossas fronteiras, mas também precisamos olhar para os refugiados que fogem das guerras e da pobreza", rebateu Merkel. O presidente dos EUA também reiterou seu apoio à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas cobrou mais investimentos por parte dos outros membros da aliança.

Globalização x Isolacionismo

"Os Estados Unidos têm sido tratados de maneira muito injusta por muitos, muitos países, e isso vai acabar", garantiu o magnata, acrescentando que não é um "isolacionista". "Não sei que tipo de jornal você lê, mas essa história de eu ser 'isolacionista' é uma 'fake news'", disse o republicano a uma jornalista alemã, citando o termo "notícia falsa", que virou bordão de seus apoiadores para rebater a imprensa.

Além disso, o republicano afirmou que "uma América mais forte" é do interesse de "todo o mundo". "A globalização proporcionou muitos progressos, agora deve ser levada adiante da maneira justa", contemporizou Merkel, ressaltando que é melhor falar "um com o outro" do que "um do outro".

As diferenças entre eles também ficaram claras em outro momento, que era para ter sido uma brincadeira, mas não provocou risadas na chanceler. Perguntado sobre a suposta espionagem do governo Barack Obama à Trump Tower, denúncia já negada pela Comissão de Inteligência do Senado, o republicano respondeu: "Ao menos temos alguma coisa em comum. Talvez...". Merkel está entre as pessoas que foram monitoradas pela Agência de Segurança Nacional (NSA) nos mandatos de Obama.

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Esse foi o primeiro cara a cara entre os dois líderes, em um momento de especial tensão entre União Europeia e Estados Unidos. Defensor do "Brexit", Trump ensaia nomear para Bruxelas um embaixador contrário à própria existência do bloco. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, colocou o republicano na lista de principais "ameaças" à UE.

* Com informações da Ansa

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