Jeff Sessions, procurador-geral dos Estados Unidos, sofre pressão para deixar o governo após escândalo no governo Trump
Gage Skidmore/Flickr Commons
Jeff Sessions, procurador-geral dos Estados Unidos, sofre pressão para deixar o governo após escândalo no governo Trump

O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, disse nesta quinta-feira (2) que se recusará a investigar uma possível interferência da Rússia na campanha presidencial de Donald Trump, atual presidente norte-americano.

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A afirmação foi feita um dia depois que os meios de comunicação dos Estados Unidos  revelaram que ele conversou com o embaixador russo duas vezes durante o ano passado, fato não revelado por Sessions em sua sabatina no Senado, que aprovou a sua nomeação para o cargo. 

"Eu me encontrei com um funcionário russo algumas vezes," disse Sessions à imprensa ontem, ao descartar qualquer acusação de que ele teria tentado enganar o Senado sobre seus contatos com a Rússia. "Essa não é minha intenção, isso não é correto," falou.

No mesmo dia, mais cedo, Trump disse a repórteres que tem "total confiança" em Sessions, embora ele "não soubesse" que o então senador republicano teve contato com Sergey Kislyak, embaixador russo nos EUA.

Pressão pela renúncia

Segundo o procurador-geral, sua decisão de não investigar a Rússia “não quer dizer que exista qualquer investigação em andamento". Mas a pressão bipartidária para que Sessions renuncie ou se afaste de tais investigações está crescendo, à medida que os principais democratas no Capitólio, Nancy Pelosi na Câmara e Chuck Schumer no Senado, pedem a sua renúncia.

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Sessions mentiu sob juramento nas audiências do Senado, acusou Pelosi. Já o senador Schumer disse que o Departamento de Justiça deve nomear um procurador especial para investigar se a sabatina no Senado foi comprometida por Sessions.

Trump disse a repórteres que tem
reprodução/ABC News
Trump disse a repórteres que tem "total confiança" em Sessions, embora ele "não soubesse" dos segredo de Sessions

De acordo com a imprensa, em setembro passado o então senador Jeff Sessions conversou ao telefone com o embaixador russo em Washington. Dois meses antes da conversa telefônica, Sessions também se reuniu com Kislayk e conversou com ele informalmente durante um evento realizado pela think tank (instituição que produz conhecimento sobre assuntos estratégicos) Heritage Foundation, juntamente com 50 outros embaixadores.

"Foi uma conversa curta e informal", disse a porta-voz do procurador, acrescentando que, como membro sênior do Comitê de Serviços Armados do Senado na época, Sessions reunia-se regularmente com embaixadores estrangeiros. "Eu nunca me encontrei com nenhum funcionário russo para discutir questões da campanha", declarou ele.

Funcionários do Departamento de Justiça disseram que o procurador não considerou suas conversas com Kislyak relevantes para as perguntas dos senadores e não se lembra da discussão em detalhes.

Sessions foi apoiador de Trump e um de seus principais conselheiros durante a campanha eleitoral.

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O conselheiro de Segurança Nacional de Trump, Michael Flynn, renunciou no mês passado depois de ter informado que discutiu as sanções dos Estados Unidos com o embaixador Kislyak em dezembro e que mentiu para o vice-presidente Mike Pence sobre os detalhes.

* Com informações da Agência Brasil.

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