Rússia: Demissão de ex-conselheiro de Trump mostra guerra de informações dos EUA

Vice-chanceler russo garantiu nesta terça-feira que ex-chefe da Segurança dos EUA não tratou de sanções em conversa por telefone com embaixador da Rússia; informação gerou escândalo no primeiro mês de governo Trump

Para o Departamento de Justiça dos EUA, Rússia poderia chantagear Trump com conversas gravadas de Michael Flynn
Foto: Reprodução/Twitter
Para o Departamento de Justiça dos EUA, Rússia poderia chantagear Trump com conversas gravadas de Michael Flynn

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, veio a público nesta terça-feira (28) trazer novas informações a respeito do telefonema que culminou no pedido de demissão do ex-conselheiro de Segurança dos Estados Unidos . O escândalo foi a primeira crise de gabinete que Donald Trump precisou contornar como presidente americano.

De acordo com a autoridade de Moscou, as insinuações a respeito de conversas entre o ex-conselheiro da Segurança Nacional dos EUA Michael Flynn e o embaixador da Rússia no país, Sergei Kislyak, tratam-se de "parte de uma guerra de informações nos Estados Unidos".

"Posso garantir com toda a responsabilidade que Michael Flynn e Sergei Kislyak não tocaram no assunto das sanções durante a conversa por telefone", disse o vice-chanceler dirigindo-se aos parlamentares russos. 

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Possibilidade de chantagem

Michael Flynn deixou a equipe de Donald Trump no dia 14 deste mês em meio a crescentes controvérsias envolvendo seus telefonemas a Kislyak antes mesmo de o bilionário tomar posse na Casa Branca.  

Em sua carta de demissão, Flynn disse que fez vários telefonemas para o embaixador russo durante o período de transição do ex-presidente Barack Obama para Donald Trump. Na carta, ele admitiu que deu "informações incompletas" ao vice-presidente Mike Pence sobre essas conversas.

Flynn disse a Pence que não discutiu com autoridades russas as sanções dos Estados Unidos contra Moscou, aprovadas pelo então presidente Obama nos dias que antecederam a posse de Trump. Essa garantia dada pelo ex-conselheiro de Segurança Nacional levou Pence a defender Flynn em várias entrevistas à televisão.

Ao pedir demissão, Flynn não deixou claro se tratou ou não sobre o tema com Kislyak. Agora, pela primeira vez, uma autoridade russa garante que isso não ocorreu. 

Para o Departamento de Justiça dos EUA, Flynn ficou vulnerável a possíveis chantagens de autoridades russas por não ter contado toda a verdade a Pence.

Para o lugar de Michael Flynn, Trump nomeou o general Joseph Keith Kellogg Jr. interinamente, enquanto inicia os contatos para encontrar um nome definitivo para o posto.

As informações são da agência de notícias estatal da Rússia, Sputnik News .

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