Oposição já havia ameaçado atrapalhar o discurso do presidente da África do Sul e precisaram ser retirados por militares
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Oposição já havia ameaçado atrapalhar o discurso do presidente da África do Sul e precisaram ser retirados por militares

Políticos de extrema esquerda da África do Sul interromperam um discurso do presidente Jacob Zuma, nesta quinta-feira (9), sendo retirados à força do Parlamento pelos militares que faziam a segurança do local. Engana-se quem pensa que tenha sido uma "perturbaçãozinha" de leve: eles acabaram brigando fisicamente com outros parlamentares, e a ordem só foi retomada após serem expulsos.

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Os membros do partido revolucionário socialista Economic Freedom Fighters (EFF) da África do Sul interromperam a fala do presidente por mais de uma vez, ao reclamarem que Zuma "não era adequado" para o cargo que ocupa. Vestidos de macacão e boina vermelha, gritaram palavras de ordem e, após algum tempo, foram retirados pelos militares que faziam a segurança da Casa.

A presidente do Parlamento da África do Sul, Baleka Mbete, se pronunciou antes da expulsão, afirmando que havia tentado ser paciente com os baderneiros "para que pudessem se expressar, mas abusaram". 

Um vídeo mostra o momento em que a confusão acabou partindo para a agressão física. É possível notar que os outros parlamentares, de camisa social, agridem os colegas de vermelho, que respondem jogando objetos contra os outros.  

Antes de tudo ocorrer, o EFF já havia ameaçado iniciar uma perturbação na Casa e, por isso, o presidente do país sul-africano foi escoltado por nada menos que 441 militares durante sua visita ao Parlamento. Os oficiais permaneceram do lado de dentro e de fora para que manifestantes fossem mantidos afastados.

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Membros do principal partido da oposição, a Aliança Democrática (AD), também abandonaram o local depois do confronto. Eles já haviam criticado o presidente antes do início da sessão, sendo protagonistas das manifestações do lado de fora da Casa durante o discurso.

O grupo opositor também questionou a atitude de Zuma ao autorizar a presença de militares na sessão, alegando que o ato iria contra as leis do país. “Jacob Zuma quebrou o Parlamento e a Constituição”, acusou o líder da Aliança Democrática, Mmusi Maimane.

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Discurso

Ao se dirigir à nação, Zuma abordou a distribuição de riqueza no país que, mesmo depois de mais de 20 anos do fim do Apartheid, em 1994, ainda favorece os brancos. “Liberdade política é incompleta sem emancipação financeira”, afirmou. “Hoje começamos um novo capítulo de uma transformação socioeconômica radical. Estou dizendo que nós devemos ir além das palavras com programas práticos”.

Reputação

A popularidade de Jacob Zuma caiu drasticamente depois de uma série de escândalos de corrupção. Em um dos casos com maior repercussão, ele foi obrigado a devolver mais de
 R$ 1,5 milhão de reais aos cofres públicos da África do Sul depois de usar o dinheiro do país para realizar reformas em sua mansão particular.

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