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Após divulgação do câncer em Cristina, venezuelano diz que 'não seria estranho' se desenvolvessem tecnologia para induzir doença

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, especulou na quarta-feira que os Estados Unidos podem ter desenvolvido uma forma de desenvolver tumores em líderes políticos latino-americanos, depois de a argentina Cristina Fernández de Kirchner entrar para a lista de presidentes vitimados pela doença.

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Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, enfrenta tratamento contra câncer
Reuters
Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, enfrenta tratamento contra câncer
Numa das suas típicas declarações polêmicas, o líder socialista - que passa por tratamento contra um câncer de tipo não revelado - salientou que não estava fazendo acusações, apenas "pensando alto".

"Não seria estranho se eles tivessem desenvolvido a tecnologia para induzir o câncer e ninguém soubesse disso até agora... Sei lá, só estou refletindo", afirmou ele em discurso num quartel, transmitido pela TV.

"Mas isso é muito, muito, muito estranho... É um pouco difícil de explicar, de racionalizar, inclusive usando a lei das probabilidades", acrescentou.

Além de Chávez e Cristina, outros três políticos da América Latina receberam diagnósticos de câncer nos últimos anos: Fernando Lugo, presidente do Paraguai, Dilma Rousseff, presidente do Brasil, e o antecessor dela, Luiz Inácio Lula da Silva.

Os médicos dizem que Cristina tem ótimas chances de recuperação e não precisará de químio ou radioterapia. O diagnóstico foi revelado na terça-feira.

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Chávez recomendou cuidado aos outros líderes regionais, inclusive seu incondicional aliado Evo Morales, da Bolívia. "Vamos cuidar bem do Evo. Toma cuidado, Evo!", afirmou.

O presidente venezuelano, um ex-militar de 57 anos, é a principal voz antiamericana da América Latina, e faz frequentes ataques ao que chama de "Império Ianque".

"Fidel (Castro, ex-presidente de Cuba e amigo de Chávez) sempre me disse: 'Tome cuidado, Chávez. Essa gente desenvolveu tecnologia, você é muito descuidado. Tome cuidado com o que come, com o que lhe dão para comer (...), uma agulhazinha e lhe injetam sei lá o quê'."

No discurso de quarta-feira, Chávez também criticou os EUA e seus aliados europeus por questionarem a recente eleição parlamentar russa - o que segundo ele acontecerá também na eleição presidencial venezuelana de outubro, quando ele disputará um novo mandato.

"Eles estão denunciando fraude e dizendo que a eleição precisa ser repetida (...), estão tentando desestabilizar nada menos que a Rússia, uma potência nuclear. Tal é a loucura do Império", afirmou.

"Digo isso porque aqui na Venezuela o ianque imperial, a burguesia local e uma boa parte do que eles chamam de partidos de oposição estão preparando um plano semelhante."

"Peço às Forças Armadas que estejam alertas, ao povo venezuelano que esteja alerta, porque não vamos deixar que o ianque imperial desestabilize novamente a Venezuela como já fez no passado."