Defesa pede absolvição e chama réus de 'heróis'

Defesa pede absolvição e chama réus de
Ao Vivo: Julgamento do Massacre do Carandiru
Após a tréplica, a sessão foi interrompida para que os jurados decidam se vão condenar ou absolver os 26 réus.21h40Na tréplica, a defesa enfatizou a série de ataques contra PMs, que ocorreu em São Paulo em 2006. Depois de lembrar que quase 130 policiais morreram na época, a advogada Ieda Ribeiro jogou a responsabilidade para os jurados. "Tirem o estímulo desses homens (policiais) para trabalhar e paguem a consequência", disse a eles, caso o júri decida pela condenação.21h35Na tréplica, a advogada de defesa Ieda Ribeiro volta a desqualificar o laudo apresentado pelo perito. "Me recuso a chamar ele (Negrini) de perito. Ele fez a perícia seis dias depois (do massacre). Quantas modificações os senhores fizeram nos seus quartos nesse tempo?", perguntou ao jurados com a intenção de invalidar as conclusões do profissional. "Ele (Negrini) foi perguntado quando esteve aqui. 'O senhor tem certeza que houve mortes com tiros nas celas?' Ele disse que não podia afirmar. Então esse senhor sai daqui e vai aos jornalistas para dizer que tem certeza", argumentou.20h23Leia mais: </>Em réplica, promotor detalha ‘currículo de mortes’ de PMs julgados por massacre20h15O julgamento é reiniciado com a tréplica da defesa. A advogada terá duas horas de fala.19h50"Não decidam com base naquele pensamento de que bandido bom é bandido morto. Pensem naqueles 111 (presos) que, pelo menos hoje, merecem um pouco de consideração", pediu o promotor antes do fim da réplica. A sessão entra agora em mais um intervalo já que a defesa pode pedir a tréplica. 19h22Na réplica, promotor Márcio Friggi usou imagens do filme Carandiru, que retrata o massacre. "Evidente que é um filme, mas avaliem depois de perceber quantos pontos são baseados em fatos que constam nos autos", afirmou. Durante sua fala, que já dura mais de uma hora, Figgi disse ser fã de "carteirinha da Polícia Militar. "Meu problema são os maus policiais. (...) Eu não acolho a versão do preso porque eu gosto dele, mas porque a versão é compatível com a prova material", afirmou.19h04O deputado estadual e major da Polícia Militar (PM), Olimpio Gomes, acompanha o julgamento, neste sábado.18h33Contra o argumento de individualização da ação de cada réu, Márcio Friggi lembrou o processo do mensalão, no qual, segundo ele, o mesmo discurso em favor da avaliação de condutas individuais foi usado para defender os políticos envolvidos no escândalo. "É a mesma coisa que eles disseram", disse ao se referir aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, que absolveram o então ministro da Casa Civil José Dirceu da acusação de corrupção ativa, por aceitar a tese que que Dirceu não teria conhecimento das ações dos outros envolvidos.18h14Após a defesa terminar sua exposição ao juri, a sessão entra em intervalo de 15 minutos.16h40Como parte da estratégia de defesa, a advogada culpa o então governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho. De acordo com Ieda, o político se "omitiu" e "vendeu a corporação" da PM. "Senta aqui o Fleury e diz que estava em Sorocaba fazendo política. Política!", ironiza em voz mais alta. "Tenho que colocar para os senhores o contexto político de 1992. O PMDB (partido do então governador) tinha uma baixa a cada dia. Ele (Fleury) disse aqui: 'Recebi a notícia e fui dormir'. Como foi dormir?", gritou Ieda antes de responsabilizar o político. "Tem autoridade, tem que estar lá. É assim que funciona um país sério. É assim que esses homens (réus) foram vendidos."15h57Antes do intervalo, Ieda citou o filme Tropa de Elite. "Quando a policia convencional não da jeito, eles chamam o Bope. A Rota é mais antiga que o Bope. Inclusive treinou eles. Mas o Bope dá Ibope", disse. Ela também diz recusar o termo "massacre" para o episodio já que 111 perto da população carcerária do complexo seria pouco. "Isso não aconteceu em nenhum lugar do mundo porque só o Brasil tem essa população carceraria".15h46A advogada Ieda Ribeiro, que defende os policiais militares, critica a seleção dos réus por parte do Ministério Público que, segundo ela, foi "genérica". "Eu não posso punir um pela conduta do outro. É princípio do direito. 330 PMs entraram. Por que eu estou julgando 79 (policiais)? Como foi essa escolha? Eu explico. A escolha foi : os que disseram que atiraram, mataram (para o MP). Em que país sério do mundo, o réu fala 'não atirei' e acabou?", questiona ela sobre a exclusão dos outros oficiais que participaram da invasão ao presídio.15h27"Os senhores já estão aqui há seis dias. Tenho vocês como heróis", diz ela, dirigindo a palavra aos jurados.15h15"Hoje, pelo que vi, estamos julgando uma corporação, mas não podemos esquecer que ela é feita de seres humanos", disse a advogada. "Tenho orgulho de defender essa corporação", ressaltou.14h57A advogada usa uma construção análoga a música "Ideologia", de Cazuza, em sua argumentação. Na canção, o cantor dizia "meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder". Em sua tese, Ieda disse: "Os meus heróis não morreram de overdose. Eles estão aqui no banco dos réus. Eu vou dizer aos jurados quem são vocês".14h45Em um primeiro momento, a advogada Ieda Ribeiro de Souza prestou homenagens aos "heróis invisíveis" da Policia Militar. E pediu desculpas por fazer parte de uma sociedade que não os compreende. Neste momento, o capitão Ronaldo, que tem uma Bíblia apoiada na perna esquerda, chorou.14h40A defesa dos 26 policiais militares começa a fazer sua apresentação. A advogada dos réus também tem 3 horas.14h25A acusação encerrou sua exposição. Juiz determinou intervalo de uma hora para almoço.12h50O promotor não economizou críticas ao trabalho da Polícia Militar e a manutenção das armas e objetos apreendidos. Segundo ele, o conceito de "armas intocadas" não foi respeitado pela PM. "Menos de 24 horas depois da apreensão [que ocorreu 20 dias depois], uma das armas foi apreendida com outro soldado em um ocorrência na rua".12h45"Os PMs alegam que a visibilidade era mínima. Então, como é que eles encontraram armas e munições no chão?", perguntou o promotor. "É o mistério das 13 armas", concluiu.12h30A promotoria ainda enfatizou o baixo número de PMs feridos durante toda a ação nos pavimentos do complexo. Segundo ele, os laudos comprovaram que, entre 330 oficiais, 15 registraram ferimentos - sendo 7 por arma branca e 8 por armas de fogo.12h05"Jurados, não são quatro tiros nos pés ou nas mãos usados para imobilizar. São 84,6% de tiros na cabeça e na nuca. Isso é o massacre do Carandiru", continuou.11h50Segundo o laudo, as vítimas estavam se afastando, correndo e/ou deitados. "O que se pode concluir? Que os PMs estavam se defendendo de um preso com estilete que precisou levar 16 tiros?", ironizou o promotor. Ele ainda cita aos jurados um balanço de mortes durante confronto com a Rota em São Paulo. "Em até outubro de 2012, 290 morreram em confronto com essas tropas. E cinco ficaram feridos."11h40Silva também usou a projeção do plenário para expor gravuras do laudos que mostravam as direções dos tiros recebidos pelos presos. Entre as 15 mortes, julgadas nesse bloco do júri, 13 ocorreram por ferimentos de armas de fogo - 11 (84,6%) registraram ferimentos na cabeça e região da nuca. "Somente dois não receberam tiros ali. Sabe quantos sobreviventes feridos nós temos? Zero, zero!", disse aumentado o tom de voz.11h35O promotor apresentou aos jurados a análise do Instituto Médico Legal (IML) sobre os ferimentos de vítimas mortas por disparo de fogo de todos os pavimentos do complexo. Os números provariam a tese da acusação de que as tropas entraram ali com "a intencionalidade de produzirem mortes". Alguns números apresentados pelo promotor Fernando Silva: 57 disparos na cabeça pela frente e 61 por trás. "Em alguns casos, presos foram mortos com disparos de cima para baixo e diferentes trajetórias"11h30"Foram 254 tiros no tronco, 126 na cabeça e 135 nos membros. Um total de 515 disparos, ou média de 5 para cada vítima.", relatou o promotor. "A conclusão do laudo sugere a intencionalidade dos PMs em produzir o resultado morte", completou.11h12"Peço a absolvição dele (Silva) porque ele não estava no segundo pavimento. E isso foi comprovado pelo inquérito militar", explicou. Para ele, o soldado deveria ser julgado nos próximos blocos do júri.10h55O Ministério Público pediu a a absolvição de três réus neste bloco de julgamento. São eles: Roberto Alberto da Silva (que estava no pavimento 3 e deveria ser julgado depois); Eduardo Espósito e Maurício Marchese Rodrigues (que faziam parte da tropa de canil e estavam sob ordem de outro coronel).10h51"Será que a PM depois de assassinar os presos, as vítimas, teve preocupação de tirar os outros do relento?", questionou o promotor aos jurados. Ele aponta que a pressa para "lavar o corredor" não seria um cuidado extra dos policias. O objetivo, segundo a acusação, era alterar a prova do crime.10h42Momentos antes do intervalo, o promotor acusou os PMs de realizarem "uma faxina" durante a operação de rescaldo citada por algumas testemunhas. E ainda reforçou essa informação apos civis serem proibidos de entrar no pavilhão. "Era uma faxina para apagar vestígios", disse.10h40Após 1h15, juiz da intervalo para jurados irem ao banheiro.10h36A acusação fala ao corpo de jurados que ao contrário do que se pode pensar não é um júri contra a PM. "Não é uma luta do bem contra o mal. Mas sim, um julgamento de uma conduta criminosa".10h20"A defesa diz que não é possível individualizar a conduta de cada policial, mas isso não impede que os senhores julguem", disse o promotor.10h11"Foi uma intervenção necessária, mas com resultados de uma conduta excessivamente criminosa", disse. Segundo ele é importante entender que esse "julgamento histórico" não tem reflexo jurídico do caso Ubiratan. "A acusação desses réus não é a mesma de Ubiratan. Não há reflexo jurídico".10h05Nessa fase final do júri, o promotor Fernando Silva fala aos jurados sobre "a conduta criminosa que levou a matança" no Carandiru. Durante sua explicação, acusação lê a denúncia e dá contexto histórico aos jurados.10h00Após as apresentações da acusação e da defesa, caso a promotoria peça réplica, serão mais 2 horas para cada.09h48Acusação e defesa terão três horas cada para apresentar para tentar convencer os jurados.09h39A promotoria começa a defender a sua tese de condenação dos réus.09h29Começa a sessão no Fórum Criminal da Barra Funda.9h24Sessão deste sábado deve começar com os debates entre defesa e acusação. A previsão é de que o júri termine hoje.08h15SábadoEncerrados os interrogatórios. Os trabalhos serão retomados amanhã, a partir das 9h, com os debates entre defesa e acusação.20h08O então soldado foi ferido no braço esquerdo durante a invasão. "Eu estava ciente de que, se eu fosse baleado, não seria socorrido pelos colegas. É padrão tático".20h06Marcos reafirmou os depoimentos anteriores ao dizer que os tiros só foram disparados no corredor.19h45“Quando a gente entrou, muita fumaça. A gente conseguia observar alguns vultos, muita gritaria e estampidos. Eu via o clarão. Nós revidávamos com tiros também", afirmou ele, que estava no começo da tropa, fez disparos contra o clarão, mas não viu se atingiu algum detento.19h44O quarto réu a ser ouvido é o soldado Marcos Ricardo Polonato.19h42Após as perguntas dos jurados sobre o mesmo assunto, o depoimento de Marco Antônio de Medeiros foi encerrado.19h27Começam as perguntas da advogada para Medeiros. Ela volta à questão do uso da metralhadora na invasão. O PM disse que a arma foi usada porque comporta maior número de balas. O modo "rajada" estava desativado. "Os tiros foram intermitentes."19h23Marcos disse ter visto detentos usando facas e estiletes, mas não teria testemunhado nenhum ataque: "Eu não vi presos atacando policial".19h19Segundo o promotor, no mesmo depoimento dado à Justiça Militar, o então sargento disse que os presos enfrentaram "armados de estiletes e facas" os policiais militares, "que empunhavam revolveres e metralhadoras".19h17Antes de chegar ao pavilhão, ele viu três detentos mortos pelo caminho. Em depoimento anterior, Marcos havia falado em dez corpos. As perguntas agora são do promotor.19h12"Eu só efetuei disparos no final do corredor", admitiu ele. "A operação da Rota foi muito rápida. Se ficamos naquele pavilhão por 20 minutos foi muito", complementou antes de afirmar que não chegou a conversar com o coronel Ubiratan, responsabilizado pela ordem de invadir o pavilhão19h11O sargento afirmou que os feridos só foram socorridos depois que ação policial dominou o pavilhão19h06De acordo com o então sargento, a entrada da Rota foi determinada porque o Batalhão de Choque foi recebido com hostilidade ao tentar entrar no Pavilhão 9 com os escudos e cassetetes. "Por isso a Rota teve de tomar a frente da operação".19h03O PM diz que pelo menos um revólver em poder dos detentos foi apreendido, repetindo os depoimentos anteriores.19h02As mesmas perguntas feitas aos dois primeiros policiais militares são repetidas agora. Neste momento, o então sargento Medeiros descreve a escuridão do Pavilhão 9 no momento da invasão.19h01A sessão é retomada com o depoimento do PM Marcos Antonio de Medeiros, que era sargento na época do massacre. Ele disse que em "ocasião nenhuma se usa metralhadora na rajada". De acordo com o policial há duas formas de utilização da arma. Além da rajada, existe o uso intermitente. Medeiros defende que este modo foi usado na prisão, porque a rajada é proibida em situações como a do Carandiru.18h59O tenente chorou enquanto lia uma homenagem feita pelo governo do Estado. Em seguida, a sessão foi interrompida para um intervalo de 5 minutos.18h35"Ubiratan deu a ordem [para entrar] após disparo de arma de fogo", diz tenente Aércio Dornellas Santos. "Nossa missão era entrar e tornar aquele ambiente seguro. Cumprimos nosso dever, saímos e não entramos mais depois disso."18h20 “Não conhecemos pessoas, reconhecemos patente”, afirmou o tenente ao dizer que o capitão Ronaldo assumiu metade de sua tropa, então com cerca de 30 policiais.18h17A advogada Ieda Ribeiro, que defende os policiais, repete algumas perguntas já feitas ao tenente. Agora ela confirma com o réu se algum policial ferido no chão foi socorrido pelas tropas. De acordo com o oficial, não havia essa possibilidade.18h07Agora o tenente passa a responder perguntas da advogada de defesa, Ieda Ribeiro.17h51"A Rota tem treinamento para qualquer ambiente fechado", afirmou o tenente ao defender a corporação, bastante criticada pelas testemunhas de acusação.17h49A barricada com fogo estava na passagem do primeiro para o segundo lance da escada que dava acesso ao primeiro andar, ou segundo pavimento, onde ficava o Pavilhão 9.17h45O tenente que fala em nome dos policiais acusados diz em depoimento que as condições de visão no Pavilhão 9 eram tão precárias que seria difícil distinguir uma caneta de uma faca, mas que era possível identificar o disparo de uma arma.17h27"Depois da primeira barreira do portão, jogaram todo o tipo de objeto que tivessem na mão. No térreo, havia penumbra. A fumaça subia e invadia o pavilhão, o que dificultou o trabalho da Rota. Num ambiente com fumaça não fica gasoso o tempo todo. Depende de onde se estava, a visibilidade aumentava ou diminuía."17h26Entre a entrada da Rota e a finalização do "trabalho" no Pavilhão 9, levaram-se 25 minutos, segundo o tenente.17h18Dornellas Santos negou a utilização de bombas na acão. Sobre o uso de metralhadoras, ele disse que todos os oficiais sabem utilizá-las, mas apenas o sargento e oficial recebem licença para isso.17h16"Vi pessoas caídas. Na minha tropa deveria ter uns quatro feridos", afirmou Aércio. A equipe dele teria socorrido quatro presos. Ele negou que tenha atirado em detentos dentro de celas. "Os embates foram no corredor".17h05Sessão é retomada ainda com depoimento do tenente da Rota Aércio Dornellas Santos. Ele conta que um policial foi ferido, mas que não foi socorrido porque ninguém toma essa decisão durante uma invasão como a que ocorreu no complexo penitenciário Carandiru.17h02A sessão foi paralisada mais uma vez sem que o juiz explicasse o motivo.16h40Santos segue rememorando a invasão. Ele disse que não usou metralhadora porque este tipo de armamento é utilizado apenas em casos extremos e que ele disparou quatro vezes com uma pistola. O tenente não admitiu, no entanto, que tenha acertado algum preso.16h38O tenente da Rota Aércio Dornellas Santos fala sobre a ordem, partida do coronel Ubiratan Guimarães, para invadir o Pavilhão 9: "Depois da primeira barricada, ganhamos a escada, saímos no primeiro andar, o capitão Ronaldo pra direita e eu pela esquerda", explica.16h34Após intervalo para almoço, julgamento recomeça com depoimento do tenente da Rota Aércio Dornellas Santos.16h27Sessão é interrompida para almoço após pouco mais de duas horas de depoimento.14h48Após duas horas de questionamentos, o promotor encerra sua palavra. Quem assume é a defesa dos réus, a advogada Ieda Ribeiro. Ela pediu a Santos para explicar "como se falasse para crianças de cinco anos" a estrutura da Polícia Militar.14h31Sessão é retomada. Ministério Público segue fazendo as perguntas.14h18Juiz concede mais um intervalo na sessão.14h12Promotor Fernando Silva faz a leitura do depoimento de Santos à Justiça Militar. Nele, o capitão chegou a afirmar ter visto "de oito a dez corpos". Ao promotor, Santos disse que não seriam corpos, mas "presos caídos". Silva segue questionando a presença de armas de fogo no complexo.14h02"O senhor cumpre ordem ilegal?", perguntou o promotor. "Não. Ordem ilegal não se cumpre, isso é a primeira coisa que o policial aprende. Ali, todas as ordens eram legais", disse Santos. Momentos antes, o então capitão deixou claro que as relações que tinha com o coronel Ubiratan eram profissionais. "Não tinha nenhuma relação pessoal com ele, só sabia que ele era um bom comandante", explicou. 13h47Capitão Santos era responsável por checar a situação nas celas do lado direito do corredor. O lado esquerdo era vistoriado por outro oficial. Ele reitera que viu "aproximadamente três corpos" no corredor após a ação. Embora a ação tenha sido "simultânea", o militar confirma que sua tropa chegou primeiro ao pavimento.13h40Para Santos, as tropas de policiais foram recebidas com hostilidade pelos presos. No entanto, não sabe dizer se os disparos, que teriam sido executados por presos, vieram de dentro ou fora das celas. Após a ação, disse que tomou conhecimento que vários policiais tiveram ferimentos com armas de fogo e alguns foram "esfaqueados" nos braços e nas costas.13h31Santos explicou ainda o papel da Rota na cidade. Segundo ele, ao contrário do que a população pensa, a Rota não é usada apenas para o policiamento urbano. "É uma tropa usada para o choque também, além do policiamento ostensivo", disse. Promotor Friggi então rebateu: "Uma troca preparada para matar?". O capitão respondeu: "São soldados preparados para um confronto forte, vamos colocar assim".13h20Sessão recomeça. Agora quem faz perguntas é o promotor Marcio Friggi. Ele questiona o capitão sobre se havia um plano antes da invasão, sem o conhecimento dos fatos. Santos reafirma que todas as ordens partiram de Ubiratan.13h14Jurado faz sinal à oficial de Justiça e juiz decreta intervalo de 10 minutos. A pedido do promotor, os outros três réus que ainda seráo interrogados foram retirados do plenário para que o depoimento de Santos não influencie suas versões.13h05Jurados fazem perguntas ao então capitão da PM. A primeira pergunta é sobre a ocorrência de tiros antes da invasão. O capitão disse que durante seu trabalho na Rota, por pouco mais de um ano, já ouviu falar da atuação dessa polícia em outras rebeliões.13h02Tenente Dornelles teria apresentado a ele três armas de fogo após a ação. "'Que armas são essas?', perguntei. Me falaram que tinham sido encontradas em poder dos detentos. Coloquei uma na minha cintura e dei as outras duas para o meu soldado, o Papa". No entanto, o réu não sabe explicar como as armas foram encontradas. Além disso, Santos afirmou que não chegou a usar sua metralhadora durante a invasão.12h52Para o capitão, a falta de visibilidade prejudicou a operação. Ele explicou ao juiz Marzagão que não pôde ver se os presos usavam armas de fogo contra a tropa ou armas brancas. "Estava muito escuro, mas deveriam ter sim", disse Santos. "Você sabe precisar quantos presos morreram naquele andar?", pergunta o juiz. O capitão respondeu: "Não sei quantos, mas vi no máximo três corpos".12h46"Gritava para eles [os presos] para que voltassem para as suas celas. Alguns obedeceram, outros não. E, assim, fomos avançando", disse o então capitão Ronaldo Santos. Ele não soube precisar quanto tempo a ação durou, mas disse ter sido rápida. Os detentos que foram contra a tropa foram alvejados. "Vi alguns caídos ali, mas não sei precisar quantos".12h45Santos diz ainda que a orientação de Ubiratan é que os policiais deveriam "reagir no mesmo nível". Segundo ele, agiram para a própria defesa e efetuaram disparos com armas. "Eu atirei três vezes". O capitão portava um revólver e uma metralhadora. Soldados Osvaldo Papa e Paulo Estevão realizam a segurança de Santos e "efetuaram disparos, com certeza".12h41"Fora a minha tropa, tinha outras duas lá dentro. Um pelotão estava sob comando de Dornelles. Todos respondíamos aos comandos do [coronel] Ubiratan", explicou. Segundo ele, a primeira invasão foi realizada no primeiro andar do segundo pavilhão e havia barricadas com fogo. "A ordem foi de Ubiratan". Ele citou ainda que houve tiros antes da entrada da Polícia Militar.12h40Ronaldo Ribeiro dos Santos, capitão da 2ª companhia da Rota à época, é o primeiro réu a responder as peguntas do magistrado Marzagão. "Recebi a informação que a situação ali era insustentável", disse em plenário ao dar o seu relato sobre o que ocorreu no Pavilhão 9, em 1992. 12h32"O senhor confirma sua fala: 'Os presos estão uns bicho'; dado em depoimento à Comissão?", questionou o promotor Fernando Silva. O réu Antônio Luiz Marangoni reafirmou que manteria o silêncio. "Doutor, como disse, reafirmo o meu direito de permanecer em silêncio para não cansar os jurados".12h26"Pelo amor de Deus, peço que o senhor conte o que estava falando lá no segundo pavimento do Pavilhão 9", pediu o promotor Marcio Friggi ao réu Wlandekis Silva. A defensora então interrompeu a acusação e pediu ao juiz que o repreendesse. "Que o doutor faça as perguntas objetivas, sem o lado emocional", reclamou Ieda Ribeiro.12h23"O senhor teria encontrado uma arma de fogo neste pavimento. Gostaria que o senhor explicasse aos jurados como o senhor a encontrou?", questionou o promotor Silva. "Me reservo no direito de ficar calado", disse o PM Antônio Mauro Scarpa. Juiz continua convocando um a um os réus durante essa fase de interrogatório. Até o momento, pelo menos 13 militares optaram pelo silêncio e o direito de auto-defesa.12h18Responsáveis pela acusação, os promotores Fernando Pereira da Silva e Márcio Friggi ainda fazem perguntas aos réus mesmo após a negativa de responder às perguntas. O objetivo é que os jurados possam saber os questionamentos da promotoria. 12h11"Eu queria saber se o senhor não vai aproveitar essa última oportunidade para explicar aos jurados o que aconteceu", questiona o promotor Maruci Friggi. O réu Elder Taraboni respondeu: "Vou permanecer calado, doutor. E sou inocente."12h09Juiz José Augusto Marzagão continua perguntando aos policiais militares, réus no processo, se desejam responder aos questionamentos das partes. Outros dois disseram que são inocentes e, para evitar o cansaço dos jurados, ficarão calados.12h07"Sou inocente e após orientação da minha advogada permanecerei calado". Foi assim que os quatro réus interrogados Mauricio Marchese, Eduardo Espósio, Osvaldo Papa e Roberto Alberto da Silva se negaram a responder às perguntas da promotoria e do juiz. Todos se declararam inocentes.12h02Com três horas de atraso, sessão é retomada no plenário do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste. O primeiro a ser interrogado é o PM Mauricio Marquese Rodrigues.11h55Partes se preparam para retomar o julgamento nesta sexta-feira. A sessão estava prevista para começar às 9h, mas até agora não foi retomada. Hoje, quatro réus serão interrogados pelo juiz José Augusto Marzagão.11h00Marcado para recomeçar as 9h, os trabalhos ainda não foram retomados nesta sexta-feira.10h38Sexta-feiraTrabalhos serão retomados nesta sexta-feira, a partir das 9 horas, com os interrogatórios dos réus.18h55Sessão encerrada nesta quinta-feira. Os vídeos exibidos deram uma ideia do que defesa e acusação preparam para o debate18h45Sessão desta quinta-feira deve acabar após a exibição dos vídeos.18h35Exibição dos vídeos foi retomada no plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, após intervalo para que os jurados pudessem ir ao banheiro. 17h21Vídeo é novamente interrompido para os jurados irem ao banheiro. Defesa aposta na exibição de um documentário da Discovery Channel chamado "São Paulo Sob Ataque". 17h12Começa a exibição do segundo vídeo em plenário. São mais 30 minutos de imagens selecionadas pela advogada Ieda Ribeiro. A primeira reportagem mostra a formação da facção criminosa PCC, que atua dentro dos presídios do Estado de São Paulo 17h08Serão exibidos dois vídeos com duração de 30 minutos cada. Em sua apresentação, o Ministério Público antecipa sua estratégia que deverá ser exposta durante os debates. Jurados acompanham a transmissão de diversas matérias sobre abuso policial, casos de execução e denúncias contra policiais militares. 16h50Jurados assistem aos vídeos de reportagens selecionados pelos promotores e defesa dos réus. O magistrado está sentado ao lado do corpo de jurados e acompanha a exibição. Imagens de diversas emissoras de TV mostram a cobertura jornalística do massacre e entrevistas com familiares de presos mortos e desaparecidos.16h32Fim da leitura das peças que foram selecionadas pelo Ministério Público. No momento, plenário é preparado para a exibição de vídeos. Pedido seria da promotoria e da defesa dos réus também.16h18Juiz retoma sessão após breve intervalo.15h50Juiz interrompe a leitura dos depoimentos e decreta pausa de cinco minutos. Advogada, réus e promotores deixaram o plenário. Sessão deve ser retomada em instantes.15h46A leitura de laudos e depoimentos foi um pedido dos promotores do Ministério Público. Mesmo com o atraso, a promotoria não desistiu dessa fase. Após isso, quatro policiais militares devem ser interrogados pelo magistrado.15h40Sessão é retomada com a leitura de depoimentos dos presidiários Antônio Marcos Ventura e Cláudio de Abreu que testemunharam o massacre e falaram à polícia durante o inquérito militar. 15h16A sessão será retomada com a leitura das peças do processo, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça.14h50Assessoria do Tribunal de Justiça informou no início da tarde desta quinta-feira que o julgamento deve ser retomado nos próximos minutos.14h25No momento não há condições de continuar os trabalhos, diz assessoria de imprensa do TJSP, em nota. “Na hora do almoço, o paciente passará por nova avaliação médica e se houver a possibilidade o trabalho será retomado. Entretanto, não se descarta a dissolução do Conselho de Sentença caso não haja melhora no quadro clínico do jurado.”, disse nota. Segundo a assessoria, novas informações sobre o júri serão divulgadas por volta das 14 horas. 11h02A ausência de informações sinaliza que o juiz ainda não definiu sobre a continuidade do júri nesta quinta-feira. Jornalistas estão aglomerados na saída do Fórum Crinal da Barra Funda, em São Paulo, e buscam pela a assessoria de imprensa, que não atende as ligações. Segundo o deputado e major da PM, Olímpio Gomes, o jurado que passou mal ontem ainda recebe atendimento médico. Promotores, advogada e os 24 réus estão no tribunal. 10h55Situação do julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda ainda está indefinida nesta quinta-feira (18). Ainda não há previsão para reinício da sessão.10h20Quinta-feiraApós jurado passar mal, juiz suspende julgamento do massacre do Carandiru. Sessão será retomada nesta quinta-feira (18), às 9 horas.16h02De acordo com o TJ, o jurado está se restabelecendo. Previsão é que novas informações sejam prestadas por volta das 14h.12h42Comunicado do Tribunal de Justiça informa que a suspensão é por tempo indeterminado, mas a expectativa é que o julgamento seja retomado ainda nesta quarta-feira.
Leia a nota:
"Um dos jurados apresentou mal estar pela manhã, tendo sido chamado um médico para avaliá-lo. O profissional recomendou que o paciente permanecesse em repouso. O juiz conversou com o jurado que disse estar disposto a continuar, mas por precaução o magistrado achou por bem seguir a orientação médica".11h00O julgamento do Carandiru foi temporariamente suspenso nesta manhã após um dos jurados passar mal.10h35Quarta-feiraSessão desta terça-feira foi encerrada.20h00Jurados continuam tendo acesso à peças do processo.19h15Réus e juiz deixam o plenário. Jurados acompanham a leitura com uma cópia do processo.18h30A sessão foi retomada com a leitura laudos do processo. O primeiro é do perito criminal Osvaldo Negrini Neto. Depoimentos de envolvidos no processo e que já morreram também farão parte desta etapa do julgamento.18h17Sessão ainda está em intervalo.18h00Após depoimento de Sueli, o julgamento é interrompido para mais 15 minutos de intervalo. Sessão será retomada com os interrogatórios17h02Ex-secretário fala por cerca de 25 minutos e é dispensado pelo magistrado. No momento quem fala ao júri é Sueli Zeraik Armani, que hoje atua como juíza.16h59"Quando chegou o número de 111 mortos, levei ao governador. Aí deixei a Secretaria [da Segurança Pública] e nunca mais dei entrevista sobre isso", explicou Campos. Aos promotores ele disse que só voltou a falar do caso à Justiça e ao Legislativo. Campos responde agora aos questionamentos dos jurados.16h58Campos citou ter tentado localizar o governador antes da entrada da Polícia, mas não o encontrou. "Fiquei sabendo que ele estava no interior de São Paulo", explicou. Os então juízes Antônio Filardi Diniz e Luiz Augusto França eram os responsáveis por passar informações ao secretário. "Me falaram que Ubiratan já se deslocava e me informaram que o problema estava se agravando. Para mim, a necessidade da entrada era incontestável"16h28Quem fala ao juiz é Pedro Franco de Campos, ex-secretário de Segurança Pública. Ele confirmou seu depoimento dado em júri há 11 anos, quando ocorreu o julgamento do coronel Ubiratan Guimarães sobre o caso. "Confirmo antes que eu seja traído pela minha memória", disse Campos. 16h21O momento mais esperado do julgamento durou por volta de 35 minutos. Após declarar sua "responsabilidade política", Fleury foi dispensado pelo juiz. O magistrado decretou então intervalo de cinco minutos. 16h01Fleury não economizou elogios ao seu ex-secretário Pedro Franco de Campos. "Ele pediu para deixar o cargo logo após o episódio porque não tinha condições políticas para continuar. Mas foi um excelente secretário, uma pessoa do bem", disse. No momento, o promotor Márcio Friggi lê manchetes de jornais publicados em 1992 com aspas do político classificando a ação do PM como "criminosa". "Em nenhum momento disse isso", explicou Fleury acrescentando que "nem tudo o que você diz ao jornal é publicado".16h01 O ex-governador e testemunha voltou a citar que a ordem para a entrada [da Polícia militar] foi necessária e legítima. "Final de tarde, chuva forte, incêndios e presos mortos entre si. Não entrei, não estava lá e não posso emitir nenhum juízo de valor. Estamos aqui para descobrir o que aconteceu lá dentro", disse à Ieda. Ela então encerrou suas perguntas e agora Fleury responde aos questionamentos do Ministério Público. 15h54Momento de tensão entre a defensora Ieda e Fleury. Para ela, o governo não deu importância ao caso Carandiru. Segundo o político, no governo dele cabia ao secretário de Segurança Pública que tomaria essa decisão. "Doutora, administrar São Paulo em uma fase que discuti a dívida do Estado, com seis ministros e dois presidentes. Responsabilidade política era minha. Já a responsabilidade criminal caberá aos jurados decidir."15h50Segundo Fleury, há uma glamourização na história do PCC, organização que diz ter sido fundada apos o episódio. "Se usa a justificativa para se dar glamour ao PCC, ela não nasceu para cuidar de preso. Nasceu de forma criminosa". O ex-governador pediu ainda licença para comentar algo histórico da organização. "Ate o final do meu governo, PCC era um time de futebol que disputava campeonatos dentro da penitenciária". 15h41Quem fala agora é o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho. Após breve relato dado, a defensora Ieda Ribeiro pergunta sobre a atuação da Polícia Militar no caso. "A minha polícia não se omite. A omissão da polícia pode ser mais criminosa que a ação em si".15h37O depoimento de França foi considerado o mais fraco do dia e pouco acrescentou ao caso. O único ponto que despertou mais atenção ocorreu apos questionamentos dos promotores sobre suspostas armas de fogo encontradas no local. "Fiquei sabendo que 12 ou 13 armas foram encontradas com ele. Mas, isso eu não vi la dentro do pavilhão. Fiquei sabendo disso ao ler a apuracão da Policia Militar". Nisso, um dos promotores questionou: "Sua fonte foi a PM, poderiam ter sido plantadas pela PM?". Franca respondeu: "Eu não disse isso".15h33Recomeçou agora o julgamento. Quem fala é Luiz Augusto San Juan França, juiz corregedor dos presídios no dia do massacre.14h58Até o momento, dois desembargadores foram ouvidos nesta terça-feira, intimados como testemunhas de defesa.
Ivo de Almeida:
- "Não vi nenhum preso sendo executado"
- "Em momento algum eu vi policiais matando presos e comemorando"
- "Rota em rebelião, nunca mais"
Fernando Antônio Torres Garcia:
- "É evidente que a situação era crítica e que havia necessidade da polícia dominar. Mas daí resultar em 111 mortos? Não há nexo."
- "A apuração (sindicância realizada pela corregedoria) levou em conta tudo até depoimentos fantasiosos (dos presos)."13h40Fim do depoimento do desembargador. Sessão foi suspensa por uma hora para almoço dos jurados.13h25Ele nega ter feito parte de uma reunião informal que resultou na decisão de invadir o Carandiru. "A decisão partiu de Ubiratan. Não sei se só dele, mas ele que falou que ia entrar".13h15A sindicância realizada pela corregedoria considerou "até depoimentos fantasiosos (de presos)", disse Torres Garcia.13h10Torres Garcia lembrou que o numero de 111 mortos foi conhecido no dia seguinte "pela dificuldade de reconhecimento" e "falta de informaÇÕes". Agora quem faz perguntas é o promotor Marcio Friggi13h00Ieda Ribeiro faz perguntas ao desembargador. Ela pergunta se a testemunha lembra de ter visto policiais militares deixando o complexo feridos. Torres Garcia respondeu: "Sim. Me lembro de um especificamente que tinha ferimento de bala. Por isso, presumimos que os detentos estava com arma de fogo."12h50Garcia confirma ao juiz que houve tentativas de negociação com os presos. "O Pedrosa tentou se aproximar, mas eles estavam jogando até privada lá do alto", explicou. Questionado se pôde ouvir sons de tiro antes da invasão, categoricamente Garcia disse que "não". "Mas depois, sim. Com certeza. Ouvi rajadas de tiro, acho que metralhadora". 12h40Sessão é retomada após intervalo com o depoimento do desembargador Fernando Antonio Torres Garcia, juiz auxiliar à época. Ele teria recebido a notícia de que a casa de detenção havia "virado". O primeiro a fazer perguntas é o magistrado José Augusto Mazargão, que pede um breve relato sobre o que a testemunha viu em outubro de 1992.12h29Depoimento de Ivo de Almeida, juiz-corregedor à época, é encerrado após pouco mais de 2 horas. Jurados se mostraram participativos já que realizaram perguntas pontuais à testemunha. Juiz suspende a sessão por cinco minutos para o júri ir ao banheiro. 12h07Jurados fazem perguntas à testemunha. Elas são repassadas ao depoente pelo magistrado Mazargão. A primeira pergunta foi sobre quanto tempo duraram as negociações. "Não deu para conversar muito, aliás, não deu para conversar nada", respondeu Almeida. Ele citou que esperaram por volta de "uma hora e pouco". "Não podíamos deixar escurecer e ainda chovia".11h55Almeida citou ainda que o Caso Carandiru gerou duas realidades para a polícia em casos de rebelião nos complexos penitenciários. "Depois daquilo, tudo mudou. Apesar da Rota compor o Batalhão (de Choque), ela (Rota) não entra mais. Nunca mais. O Carandiru foi um divisor de águas, mudou muitos pensamentos e modos de operação".11h52Segundo Almeida, pela urgência da situação, ele e outros juízes se dividiram ao ouvir os envolvidos. E, por isso, não poderia confirmar que foi encontrada arma de fogo com detentos. "Armas brancas, sim. Sempre teve. Agora não lembro se a existência de arma de fogo foi reportada a mim."11h40"Se Pedrosa (ex-diretor do presídio) soubesse o que iria acontecer, ele não permitiria", disse Almeida. O desembargador não soube confirmar se a Secretaria de Segurança chegou a ser consultada sobre o caso, mas ficou sabendo que sim.11h25Almeida reconheceu que a cena do crime não foi preservada por falha do delegado e do escrivão de polícia, que seriam "responsáveis por isso". Questionado sobre uma possível preocupação em checar se todos estavam agindo corretamente, o desembargador respondeu: "Não tinha como, era muita gente".11h15Como citou antes, Almeida reforçou que nenhum civil teve acesso ao Carandiru após a invasão dos policiais. No entanto, nos poucos momentos que conseguir ver o interior do complexo, chegou a visualizar várias facas e televisores no chão. 11h10Ao responder o promotor, Almeida explicou que a figura do juiz-corregedor vem se acentuando nos últimos anos como um agente que visa preservar a integridade física de todos, até dos presos. "É um super fiscal, mas não tínhamos treinamento para isso. Fomos treinado para lidar com processos".11h06"Em momento algum eu vi policiais matando presos e comemorando. Pelo menos de onde eu estava não vi", contou Almeida. Encerrados os questionamentos de Ieda, começa o período de perguntas da acusação. Promotor Fernando Pereira da Silva pergunta sobe o papel do juiz-corregedor, cargo de Almeida à época do massacre. 11h00A assessoria do Tribunal de Justiça confirma a presença de 24 réus no plenário. Ao todo, 26 são julgados neste júri. As duas ausências ocorreram devido problemas de saúde, informaram os assessores. No momento, o desembargador Ivo de Almeida é questionado por Ieda Ribeiro, defensora dos acusados.10h50Segundo ele, no dia do massacre, não havia indícios de tentativa de fuga. "Ao que me parece tudo começou por causa de uma briga entre duas facções. Ali tentativa de fuga era comum, mas naquele dia não".10h35Almeida responde as perguntas da advogada Ieda. Ele confirmou que viu alguns corpos carbonizados e cobertos de fuligem no pátio. O objetivo da advogada é mostrar que havia barricadas com fogo e que os presos dificultaram a entrada da PM.10h30"Não vi nenhum preso sendo executado", diz a testemunha.10h20Segundo Almeida, nenhum civil entrou no complexo após a invasão da PM. O depoente citou também que bombeiros arrombaram o portão, pois havia barricadas com fogo.10h19"Nós como juízes tínhamos a função de proteger a integridade física deles [presos]", disse Ivo de Almeida. Segundo Almeida, houve tentativa de negociação com os presos. "Pedrosa tentou até com mega-fone. Ele era muito cuidadoso", afirmou ao se referir ao então diretor da Casa de Detenção.10h15De acordo com Ivo Almeida, a cúpula de autoridades presente no dia do massacre era composta também por Fernando Garcia, desembargador que dará depoimento nesta terça; dr. Pedrosa, diretor na época da casa de Detenção e já falecido; e coronel Ubiratan Guimarães, morto em 2006. 10h09O juiz deu início aos trabalhos por volta das 9h50. Segundo dia de julgamento começa com o depoimento da testemunha Ivo de Almeida. O desembargador integrava a cúpula de autoridades presentes no Carandiru no dia do massacre. Na época, ele era juiz e participava das negociações com os presos. Nove testemunhas de defesa devem ser ouvidas nesta terça-feira no Fórum criminal da Barra Funda em São Paulo.10h02A assessoria do TJ confirma a presença de cinco testemunhas de defesa. Além do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho e do ex-secretário Pedro Franco, três desembargadores estão presentes para serem ouvidos. São eles: Ivo de Almeida, Fernando Garcia e Luiz Franca. 9h57Nesta terça-feira (16), continuam os depoimentos da defesa no julgamento do massacre do Carandiru no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. De acordo com a assessoria do TJ, está confirmada para este segundo dia de julgamento a presença do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho e do ex-secretário de segurança pública Pedro Franco. Ainda não se sabe a ordem dos depoimentos e se eles serão os primeiros. 9h38Terça-feiraDepois de quase 14 horas, o primeiro dia de julgamento termina após ouvir cinco testemunhas. O júri será retomado nesta terça-feira (16) a partir das 9h.21h51"Tive de jogar fora os sapatos e as meias depois de andar no complexo" para fazer a perícia, afirmou Osvaldo Negrini Neto21h44A advogada tentou levar o perito à contradição ao dizer que ele negou que as vítimas tenham sido assassinadas dentro das celas. Ela pediu que ele lesse seu laudo, em que diz: "o número total de detentos mortos no interior das celas é compatível com o número de cadáveres". Negrine Neto respondeu dizendo que usou a palavra "compatível" justamente porque não poderia afirmar com total certeza. O julgamento foi interrompido para que um jurado fosse ao banheiro.21h24A advogada fala sobre a cela 9252-1, onde "só existiam três marcas de tiros e não havia marcas de sangue"21h06A advogada de defesa tenta desqualificar o trabalho do perito, testemunha de acusação. Ela questiona um dado apontado pelo laudo do IML e ausente no dele.21h00Começam as perguntas da advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defende os 26 policiais acusados pelo massacre.20h41O perito concluiu sua apresentação se virando para os jurados e discorrendo sobre seu currículo. Ele é perito criminal desde 1975 e, entre outros diplomas, é mestre em física pela Universidade de São Paulo.Agora começam as perguntas da defesa20h35O perito afirmou que "jamais" recebeu pressão por parte do governo. "O então novo secretário de segurança, Michel Temer, deu todo o apoio e disse que ele e o governador queriam que o caso fosse tratado com o máximo de transparência possível." Negrine Neto teria recebido apenas "avisos velados" dizendo "veja lá o que vai escrever". "Durante a realização do laudo, eu não comentei com ninguém."20h35Ele ainda negou que tenha recebido fardamento, escudos e coletes dos policiais com vestígio de tiros desferidos pelos detentos.20h27O perito confirma que 13 armas foram atribuídas pela polícia aos presos, o que os sobreviventes negam ao dizer que nenhum policial saiu ferido. 20h24"Os projéteis tirados dos corpos chegaram quase 20 dias depois", contou Negrini Neto.20h20"Foram 85 pessoas mortas dentro de celas", afirmou o perito. Para a acusação, isso prova que os detentos estavam rendidos quando foram mortos.20h11Segundo o perito, parte dos projéteis foram disparados de revólveres de calibres 38 e 32. Este é o último perito ouvido nesta segunda (15). Os outros foram dispensados pela acusação. Nesta terça (16), devem ser ouvidas as testemunhas de defesa20h03“Meu laudo foi feito 20 dias antes do laudo do IML”, afirmou Negrini Neto. “Foram disparos feitos nas pernas das vítimais para impossibilitar que elas corressem", explicou. Ele afirmou também que não teve contato com as armas usadas pelos policiais militares.19h54O perito tenta explicar se parte das vítimas morreu depois que balas recochetearam na parede. "O projétil, quando chega na parede, bate e cai no chão. Dificilmente, ele bate e volta."19h49A testemunha, o perito Osvaldo Negrini Neto, analisa a cena do crime vendo fotos do complexo onde houve o massacre19h44Um dos jurados passou mal e pediu para sair do tribunal ao ver a imagem de corpos empilhados. Por causa disso, o julgamento foi interrompido durante alguns minutos, mas já recomeçou.19h41"Havia muitas poças de sangue no pavimento. O sangue alcançava minhas canelas", explica o perito.19h37"Parecia uma enchente", diz Neto em referência ao sangue espalhado pelo pavilhão19h21Promotores apresentam slides sobre laudo produzido pelo perito19h17Depois de 20 minutos de intervalo, o julgamento será retomado com o testemunho do perito Osvaldo Negrini Neto18h39Questionado pela defensora se concordava com a invasão, ele disse que sim. "Era inevitável. Não poderia deixar os presos lá, eles estavam se matando". Após quase duas horas de depoimento, a oitiva foi encerrada com as perguntas dos jurados e um último questionamento do juiz: "As autoridades foram omissas?". Santos respondeu: "Isso que me deixou mais horrorizado". Juiz decretou então intervalo para um lanche.18h13Já nos primeiros minutos de perguntas, a defensora recebeu uma resposta atravessada de Santos. O ponto que causou discórdia foi a capacidade que o agente teria de identificar "buracos feitos por tiros e facas". "O senhor não é perito para identificar esses buracos, certo?", questionou Ieda. "Não, mas eu sei o que eu vi", rebateu Santos. Ieda não desiste e continua: "O senhor acha que viu". 18h01"Não havia rebelião, não havia reféns e nem tentativa de fuga em massa?", perguntou o promotor Fernando Pereira da Silva. "Não, nada", respondeu o agente penitenciário. Após 1h20 de questionamentos, a acusação encerra sua participação. A palavra agora é de Ieda Ribeiro de Souza, advogada dos acusados.17h50Além do "tapete de corpos", a testemunha disse que encontrou as celas perfuradas pelos tiros. "Os policiais só respeitaram a tenda de umbanda", explicou Santos ao promotor.17h46A testemunha confirmou ao promotor trecho de seu depoimento dado no período de instrução do processo, quando citou que havia um tapete de corpos, no Pavilhão 9: "Era um tapete de mortos, a galeria [corredor] estava forrada com os corpos."17h42A cúpula de autoridades foi impedida pelos policiais de entrarem nas dependências do complexo, inclusive Santos, que atuava como diretor de Segurança e Disciplina do Carandiru. "Até apontaram a arma para mim e falavam: 'Não vai entrar'. Ninguém foi autorizado a acompanhar a ação deles. Nem eu, nem o secretário adjunto, ninguém". Os policiais invadiram o complexo por volta das 14h30. Santos só teve acesso ao local às 23h, segundo ele.17h38Santos explicou que os policiais estavam tão eufóricos [para realizar a invasão] que não esperaram ele abrir o portão. "Eu tinha a chave [do portão] e eles nem ouviram. Queriam arrombar e invadir. Eles levaram 10 minutos para arrombar. Entraram com aqueles gritos de guerra". Segundo ele, as rajadas [de tiros] eram comemoradas como gols em um jogo de futebol.17h26Santos explicou ainda que houve certa discussão entre os integrantes da cúpula de autoridades sobre o transporte de corpos para o Instituto Médico Legal (IML) e maneiras de despistar os repórteres. "Foram feitas as impressões em todos os corpos. Eles foram colocados pelos presos em três carros do IML", completou.17h20Magistrado pergunta sobre agressões no pátio do complexo. Santos respondeu que só viu a presença de cachorros que mordiam alguns presos. A testemunha explicou ainda que o Pavilhão 9 era destino dos detentos que chegavam ao Carandiru. "Eles não eram necessariamente primários. Mas passavam a ser considerados assim quando chegavam lá."17h07Ao juiz, Santos afirmou que todos os funcionários sabiam que não se tratava de uma rebelião, mas "uma briga de facção". Segundo ele, as autoridades questionavam o que havia ocorrido. "Foi uma rebeldia da própria polícia, acho".16h53"Só depois do rescaldo, encontrei mais 13 corpos. Onze em uma cela, um em um carrinho e outro no banheiro". Santos disse não ter encontrado mortos no elevador. "O que acontecia é que descia um mar de sangue, aí dava cheiro". O agente penitenciário citou ainda que, no mesmo dia do massacre, por volta das 19 horas, já sabia que mais de cem presos foram mortos. Ele continua a responder perguntas do magistrado.16h45O agente penitenciário é a quarta testemunha de acusação ouvida nesta segunda-feira. Segundo Santos, havia barricadas no pátio do complexo e os presidiários estavam com máscaras e facas. "Tentamos acalmá-los", disse. O agente citou também que passou aos militares a situação lá dentro. Várias autoridades teriam presenciado "o fuzilamento".16h44O agente apontado por Freitas é o sargento Wlandekis Antônio Candido Silva. Os réus acompanharam o depoimento do sobrevivente. Após o reconhecimento, o depoimento de Freitas foi encerrado. Quem fala agora é Moacir dos Santos, um dos agentes penitenciários do Carandiru.16h26Segundo a testemunha, para não morrer, ele ficou embaixo dos cadáveres. Personagem do livro "Estação Carandiru", de Drauzio Varella, Freitas confirma que não foi morto após um PM dizer que ele "era a cara do seu filho". À defensora dos réus, a testemunha apontou o agente militar que poupou a sua vida. "Um japonês, cheio de estrelinhas", descreveu.16h17Ele afirma que levou uma marretada de um policial, mas, apesar da dor, não se moveu. "Pois tinha medo de morrer". Após esse fato, ficou com dificuldade de locomoção. Freitas segue preso na penitenciária de Marília, no interior de São Paulo. Teria cometido pelo menos seis roubos e condenado há mais de 20 anos de prisão16h14Depoimento da segunda testemunha Marco Antônio Moura é encerrado após uma hora. O júri ouve agora um terceiro sobrevivente, o presidiário Luiz Alexandre de Freitas 16h09Na perícia, segundo a defensora, não foi encontrado vestígio de sangue nos elevadores do complexo. Fato rebateria a afirmação da testemunha que disse que os corpos eram contados a marretadas. "O senhor sabia desse resultado?", questionou Ieda. Moura respondeu: "É a senhora que está falando. Eu que estava lá e vi isso". Defensora então concluiu sua fala e o juiz deu a palavra aos jurados, que fizeram duas perguntas.15h55Encerrados os questionamentos da acusação. A defensora Ieda Ribeiro de Souza ganha a palavra e faz perguntas à testemunha. A advogada questiona a afirmação de Moura sobre execuções de feridos após a invasão. "O senhor disse que eles desapareceram. Mas não ficou sabendo de transferências?". Ela então fez a leitura de alguns nomes, mas foi interrompida pela testemunha. "Lá na cadeia não nos conhecemos por nomes, não. Só apelidos." 15h49O ex-presidiário citou que ao deixar sua cela e rastejar em direção aos corredores, ele foi forçado pelos PMs a gritar: "Viva o Choque". Agora, o promotor de Justiça pergunta sobre os crimes cometidos pela testemunha.15h41Moura foi condenado e cumpria cinco anos e quatro meses de detenção por roubo e tentativa de homicídio. A testemunha passa a responder as perguntas do promotor de Justiça que pede mais detalhes do que aconteceu nas "galerias", os corredores, do Carandiru15h33Magistrado pergunta a Moura se ele chegou a ouvir falas durante a ação policial. Segundo ele, ao entrarem no segundo pavimento do Pavilhão 9, os policiais gritavam: "Deus cria, a Rota mata e viva o Choque". Perguntado sobre se ele poderia reconhecer algum militar, ele disse que não. "Não quero nem olhar para a cara deles. Só lembro que um tinha os olhos azuis"15h29Juiz José Augusto Marzagão pergunta se os detentos possuíam armas de fogo. Categoricamente, Moura disse que não. "Se estivessem os policiais teriam sofrido pelo menos algum arranhão no rosto". 15h20Depois do massacre, Moura foi transferido para o Pavilhão 7. Dias depois foi levado para a P2, em Campinas. Ao juiz, ele confirmou que já viveu outras experiências de agressões com a Polícia Militar. "A cadeia já virou outras vezes, mas nunca chegaram assim com metralhadoras e atirando". 15h18Depois do massacre, Moura foi transferido para o Pavilhão 7. Dias depois foi levado para a P2, em Campinas. Ao juiz, ele confirmou que já viveu outras experiências de agressões com a Polícia Militar. "A cadeia já virou outras vezes, mas nunca chegaram assim com metralhadoras e atirando". 15h18A testemunha conta que chegou a levar um tiro no pé. "O tiro atravessou o corpo de outro e parou no meu pé. Fiquei deitado ali, me fingindo de morto". A pedido do juiz ele segue narrando os fatos após a invasão da Polícia Militar. No pátio, teriam pedido para quem estivesse ferido que erguesse as mãos. "Acho que uma voz divina me falou para permanecer calado", explicou. Segundo ele, quem era "socorrido", na verdade, era executado pelos policiais. 15h10Moura, também ex-presidiário e sobrevivente, conta que estava na cela de um amigo, no quinto pavimento do Pavilhão 9, quando o "acerto de contas" aconteceu. "Vi a Tropa de Choque entrando e pensei: "Ixi, vou apanhar demais". 15h00Sessão é retomada no Fórum da Barra Funda. Quem começou a depor é o ex-detento Marco Antônio de Moura, mais um sobrevivente do massacre.14h56Testemunha Antonio Carlos Dias
Principais declarações:
- "Eles entraram atirando, não deu tempo para negociar nada"
- "Os presos não tinham armas, nem mesmo facas"
- "Presenciei algumas mortes"
- “Vi uma montanha de corpos, tinha que passar por cima, tive que escalar”13h26Os jurados fizeram três perguntas para a testemunha e o depoimento terminou. O juiz determinou que seja feito um intervalo para almoço.13h23Ieda mostrou fotos presentes no processo do pátio do Carandiru, com barricadas e bloqueios para impedir a entrada da PM. "O senhor reconhece essas imagens?". "Eu gostaria de não olhar para isso", respondeu Dias.13h06A advogada Ieda Ribeiro da Silva contestou o depoimento de Dias sobre o número de mortos no confronto. Para ele, morreu o dobro. E ela rebateu: "o senhor sentiu falta de alguém?". Minutos antes, ele citou "quem está dentro do sistema sabe tudo"13h00"O senhor consegue reconhecer alguns dos policiais que participaram daquela invasão?", pergunta o promotor. "Não", disse a testemunha.12h41Antonio Carlos Dias foi denunciado 1990 por assalto a mão armada. Respondeu em liberdade por dois anos e foi preso em 1992, mesmo ano do massacre.12h36Catorze testemunhas de acusação e nove de defesa foram intimadas a comparecer ao tribunal. Entre eles estão o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho e o ex-secretário de segurança pública Pedro Franco de Campos. Em entrevista ao iG na última semana, Fleury disse que se fosse intimado iria comparecer.12h30O ex-detento não depõe na presença dos acusados. Pediu para os réus saírem do plenário. Um fato curioso é que o plenário está vazio. Há mais jornalistas do que público. Apenas cerca de 15 pessoas estão assistindo à sessão.12h06Segundo Dias, no dia da invasão, dois presos realizavam "troca de facas" (acerto de contas) e o tumulto começou. Ele explicou que nada fugia da rotina do presídio. "Era rotina da cadeia".12h03O ex-presidiário Antonio Carlos Dias passou 5 anos no Carandiru. O depoimento começou por volta das 11h10 com as perguntas do juiz. A testemunha se emocionou ao relatar a invasão policial. "Eles entraram atirando, não deu tempo para negociar nada".12h00"Durante os cinco anos em que fiquei preso lá, essa foi a única rebelião que presenciei", disse a testemunha de acusação11h55Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, o detento afirmou que não havia armas em posse dos detentos. "Os presos não tinham armas, nem mesmo facas", afirma Antonio Carlos.11h43Veja as primeiras imagens do julgamento no Fórum da Barra Funda11h40"Presenciei algumas mortes", diz Antonio Carlos Dias, que era um dos detentos na época da invasão policial.11h36Primeira testemunha de acusação, o ex-detento Antonio Carlos Dias começa a ser ouvido.11h20Assim como no julgamento da última semana, 24 dos 26 réus estão presentes nesta segunda-feira. Não há confirmação se os faltosos são os mesmos do dia 8, que alegaram problemas de saúde.10h40O sorteio foi realizado e o conselho de sentença já está formado. Seis homens e uma mulher serão os responsáveis por julgar os 26 acusados, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo.10h24Jurados já estão no plenário e sorteio deve ocorrer em instantes, de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo.10h05O julgamento do massacre do Carandiru é retomado nesta segunda-feira (15). A primeira etapa do júri popular no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, vai julgar 26 pessoas, a quem são imputadas 15 acusações de homicídio qualificado. Na semana passada, uma das juradas passou mal e o julgamento havia sido suspenso. 10h02Após uma das juradas passar mal, o que foi comprovado pela equipe médica do Tribunal de Justiça, o julgamento foi suspenso e remarcado para a próxima segunda-feira (15), a partir das 9h. Entenda14h20Atraso no retorno do julgamento. A previsão era que a sessão fosse retomada por volta 13h20 após intervalo para o almoço. 13h30A promotoria chamou 14 testemunhas para o julgamento. Mas apenas cinco responderam ao chamado e estão presentes até o momento. São dois sobreviventes do massacre, dois agentes penitenciários e um perito criminal. Das 10 testemunhas de defesa, apenas uma já está presente.12h45Neste momento foi encerrada fase da leitura das peças pelos jurados. Assim como estava previsto, o juiz determinou uma pausa de uma hora para almoço.12h22Os réus estão no plenário sentados em cadeira que foram dispostas em cinco fileiras. Apesar de alguns ainda estarem na ativa, nenhum usa farda. O clima é tranquilo e eles conversam bastante uns com os outros.12h15Veja as primeiras imagens do julgamento no Fórum da Barra Funda11h50Os sete jurados ainda estão lendo a denúncia contra os réus. Eles têm até uma hora para fazer isso. A previsão é que após a leitura, seja feito o intervalo para o almoço e só depois a primeira testemunha será ouvida no plenário 10 da Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista.11h44Na escolha dos jurados, a promotoria usou os seus três direitos a vetos contra dois homens e uma mulher. A defesa dos réus recusou apenas uma mulher.11h27 Após o sorteio, os jurados leem as peças do processo.11h22Jurados já foram sorteados. Cinco mulheres e dois homens vão decidir o futuro dos 26 policiais militares responsáveis por 15 mortes no segundo pavimento do Pavilhão 9 da Casa de Detenção, no dia 2 de outubro de 1992.11h15A previsão inicial é que o júri dure em torno de 10 dias. O plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda está reservado para duas semanas de julgamento, se for preciso. Se o julgamento não for decidido até sexta-feira (12), as sessões seguirão no sábado e domingo.11hOs dois réus que não compareceram ao julgamento são Argemiro Cândido e Reinaldo Henrique de Oliveira, que alegaram problemas de saúde. Os réus não são obrigados a estarem presentes em todos os dias de julgamento.10h40Os réus são Ronaldo Ribeiro dos Santos; Aércio Dornelas Santos; Wlandekis Antonio Candido Silva; Roberto Alberto da Silva; Antonio Luiz Aparecido Marangoni; Joel Cantilio Dias; Pedro Paulo de Oliveira Marques; Gervásio Pereira dos Santos Filho; Marcos Antonio de Medeiros; Paulo Estevão de Melo; Haroldo Wilson de Mello; Roberto Yoshio Yoshikado; Fernando Trindade; Salvador Sarnelli; Argemiro Cândido; Elder Tarabori; Antonio Mauro Scarpa; Marcelo José de Lira; Roberto do Carmo Filho; Zaqueu Teixeira; Osvaldo Papa; Reinaldo Henrique de Oliveira; Sidnei Serafim dos Anjos; Eduardo Espósito; Maurício Marchese Rodrigues; e Marcos Ricardo Poloniato. Valter Ribeiro da Silva e Luciano Wukschitz Bonani também eram acusados deste crime, mas já morreram.10h38Julgamento será presidido pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão.10h32Foram convocados 50 jurados para o sorteio. Sete participarão do julgamento.10h30Neste momento os jurados são sorteados.10h22Tribunal de Justiça informa que julgamento começa em instantes.10h11Vinte e quatro réus estão presentes, dois faltaram. 10h05Júri popular foi marcado 21 anos depois do massacre. A demora para o julgamento acontece porque em um primeiro momento houve conflito de competência entre a Justiça Militar e a Comum para julgar o caso.09h45Julgamento do massacre do Carandiru começa nesta segunda-feira (8), no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Vinte e cinco dos 26 réus já estão no local. 09h35Julgamento do policiais envolvidos nas mortes dos 111 detentos será desmembrado em quatro blocos; 83 policiais militares sentarão no banco dos réus até o fim do ano.09h30 O maior massacre do sistema penitenciário brasileiro ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 presos foram mortos e outros 87 ficaram feridos. 09h25