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Documentário aproveita menos do que poderia personagem raro, o transexual Syllvio Lúcio

Cena do filme
Divulgação
Cena do filme "Olhe pra Mim de Novo", de Kiko Goifman e Claudia Priscilla

Exibido no Festival de Gramado , em agosto, “Olhe pra Mim de Novo”, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla, foi o segundo documentário exibido em competição no Festival do Rio , na noite deste sábado (8). O filme tem como protagonista Syllvio Lúcio, que nasceu com corpo de mulher, mas se sente e se identifica como homem.

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Ele vive no interior do Ceará e pretende fazer cirurgia para mudar de sexo. O personagem, articulado, interessante e controvertido – não são poucas as falas machistas, que se referem a mulheres como “marmitas”, entre outras coisas – é um verdadeiro achado.

Mas o filme se perde num road movie artificial e despropositado e nas cenas em que Syllvio encontra-se com famílias que enfrentam questões de paternidade e maternidade. Também deixa a impressão de forçar um pouco a mão para provocar risos, o que quase nunca é boa ideia num documentário.

Perto do primário "Laiá, Laiá" , primeiro documentário da competição, “Olhe pra Mim de Novo” tem muito mais recursos em termos de cinema. Ainda assim, é difícil não pensar que o protagonista poderia ter sido mais bem aproveitado.