Ilustração de como seria o encontro cósmico entre um buraco negro e uma estrela de nêutrons.
Dana Berry/NASA
Ilustração de como seria o encontro cósmico entre um buraco negro e uma estrela de nêutrons.

No dia 14 de agosto, um novo alarme soava no laboratório de ondas gravitacionais LIGO, nos Estados Unidos. Era a detecção da colisão entre um buraco negro e uma estrela de nêutrons, um feito inédito.

As ondas gravitacionais já foram responsáveis pelo prêmio Nobel de 2017, ao confirmar as perturbações no espaço tempo causadas pelo encontro de buracos negros prevista por Einstein há mais de 100 anos. Agora estão causando uma grande revolução na ciência com a chegada da Astronomia multimensageira. Mas o que é isso?


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Todos os telescópios apontados para o mesmo buraco negro

As descobertas não param após a detecção da colisão com as ondas gravitacionais. Estas ondas desaparecem rapidamente, após uma fração de segundo. No entanto, o brilho luminoso gerado pelo evento continua por vários dias.

Foi isso que aconteceu em 2017, quando duas estrelas de nêutrons colidiram. Logo após a chegada das ondas gravitacionais, astrônomos sabiam o que procurar e imediatamente começaram a buscar os céus por um pequeno ponto de luz que não estaria lá anteriormente — infelizmente, quando “escutamos" as ondas gravitacionais, não sabemos muito bem de onde está vindo!

Você viu?

No entanto, graças a um sistema que já estava pronto para isso, em menos de um dia, os astrônomos já haviam identificado a origem das ondas, e estudaram o tal ponto de luz em grande detalhe.

Isso é possível com o esforço coletivo: em ALGUM lugar da Terra é noite, e os telescópios funcionaram continuamente acompanhando esse pequeno ponto de luz que desapareceu depois de algum tempo.


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A revolução da astronomia multimensageira

Foi assim que descobrimos tanto sobre o que acontece quando duas estrelas de nêutrons colidem. As ondas gravitacionais nos diziam a massa das estrelas, enquanto a análise do ponto luminoso nos dizia sua composição química. Descobrimos que uma quantidade enorme de ouro e platina— aproximadamente 10 vezes a massa da Terra! — foi formada a partir do choque de átomos dos dois astros.

Essa corrida está acontecendo agora mesmo. Astrônomos de todo o planeta estão tentando encontrar a origem das ondas gravitacionais para investigar o acidente, como detetives cósmicos. O que mais poderemos aprender sobre o que acontece quando um buraco negro engole uma estrela de nêutrons? Só os dados poderão dizer.


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