Já na Grécia antiga Platão, ao tratar de governo e governabilidade questionava a máxima quis custodiet  ipsos custode,  traduzindo do latim, significa: quem guardará os guardiões ou quem irá nos proteger dos protetores.

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Presidente Michel Temer é alvo de inquérito que apura denúncias do empresário Joesley Batista, do grupo JBS
Beto Barata/PR - 23.6.17
Presidente Michel Temer é alvo de inquérito que apura denúncias do empresário Joesley Batista, do grupo JBS

Recentemente a Procuradoria Geral da União, por meio de seu Procurador Geral, prerrogativa constitucional,  apresentou denuncia contra o Presidente da República por suposto cometimento de crime comum, fato inédito na história do Brasil.  

O anunciado fatiamento das denúncias que pesam contra o Presidente, dentre elas, corrupção passiva, formação de quadrilha e obstrução à justiça, representará uma maratona de mobilização de Comissões Parlamentares, uma polarização de Grupos políticos e de setores representativos da Sociedade. O tempo e custo para a  montagem da respectiva  logística é imprevisível.

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Entre outros, os bens mais preciosos  para o Brasil, neste angustiante momento, são a recuperação econômica e a diminuição do desemprego, que de várias formas passam pela aprovação das reformas trabalhistas  e previdenciárias.

Evidente ser imperativo apurar todas as denúncias fundadas de legitimidade, para passar o Brasil à limpo, e, nesse sentido o Ministério Público tem sido operoso e indispensável. Entretanto, desconsiderar efeitos colaterais, como por exemplo, submeter um povo a um tormentoso e interminável sofrimento, contrário às conquistas e princípios propostos por um Estado democrático, convenhamos, transcende o nível da razoabilidade.  

Para os menos avisados, fique muito claro que qualquer opção, neste momento, a partir da vacância do cargo de Presidente da República, seja por Impeachment, por  convocação de eleições diretas, incluindo a própria ação penal, todas, sem exceção, passam pelo Congresso Nacional, por decisões políticas e, demandam, medianamente, uma dúzia de meses.

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Ora, a razão nos leva a reflexão sobre uma tese simples e eficiente: porque  não continuarmos a prestigiar a operação lava-jato, fiscalizar o bom funcionamento dos três Poderes e nos prepararmos para as eleições presidenciais de 2018 que, pelos trâmites legais tem seu inicio oficial previsto agosto do ano vindouro?

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