Lição de vida

Dona Leonides Victorino aprendeu a ler aos 67 anos e se formou em História da Arte aos 79

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Dona Leonides se formou em História da Arte na Universidade Aberta da Terceira Idade aos 79 anos

Ela é um verdadeiro exemplo de luta e persistência: passou a infância na lavoura em um vilarejo no interior da cidade de Leopoldina, na Zona da Mata Mineira. Começou a trabalhar como doméstica e lavadeira, mas nunca perdeu o foco. “Eu era meio triste, as pessoas falavam que eu era analfabeta, parecia que tinha uma faca que cortava o coração”, contou a simpática senhorinha que até então nunca teve a chance de estudar.

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Dona Leonides começou a trabalhar aos 5 anos, aos 14 se mudou para o Rio de Janeiro para trabalhar como empregada doméstica. Casou-se, teve dois filhos. Sem estudos, conseguiu se adiantar na educação básica e foi orientada a procurar na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), a mesma que da janela do ônibus parecia tão distante desde quando ela era jovem e pensava: “Ainda vou estudar ali”. Aprender a ler e a escrever era um sonho que dona Leonides realizou aos 67 anos de idade, mas, diversos contratempos aconteceram em sua vida desde que ela viu a universidade se erguer no lugar onde morava.

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Mas, mesmo com as dificuldades, acreditou no sonho, persistiu e não desistiu. Netos, filhos e familiares se uniram para ajudá-la. Assim como Anália dos Santos, sua primeira professora no CIEP (Centros Integrados de Educação Pública). Chegou tímida, o que é normal, afinal é uma sala de aula com diferentes faixas de idade e é comum que todos se sintam um pouco desconfortáveis no início. Ela era a aluna mais idosa da turma. A aluna nota 10 se formou em História da Arte na Universidade Aberta da Terceira Idade. “Quando a gente quer uma coisa, só se for um motivo de força maior que pode fazer a gente desistir... Já trabalhei muito, agora eu quero mesmo é passear e aproveitar a vida!”