Ernesto Araújo
Marcelo Camargo/ABr
Ministro das Relações Exteriores foi aos Estados Unidos acertar cooperação

Ao final da sua visita a Washington, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo,  participou de uma entrevista coletiva na qual a Amazônia foi o principal tema levantado. Apesar do foco em temas de meio ambiente, o ministro não conseguiu explicar em detalhes como a cooperação com os Estados Unidos contribuirá para o combate aos incêndios.

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Além dos jornalistas brasileiros, estavam presentes 13 jornalistas da mídia internacional, como New York Times , Bloomberg , EFE e AP . Uma jornalista do Los Angeles Times , terceiro maior jornal dos EUA, perguntou sobre o foco no desenvolvimento em detrimento da preservação na Amazônia . O ministro respondeu há “uso ideológico” das mudanças do clima para levar adiante “medidas extremas” que questionam a soberania do país geradas por uma “histeria” sobre uma crise do clima.

"Isso pode levar a uma intervenção externa na Amazônia, por exemplo, então vemos como isso funciona. Você tira as coisas de proporção e defende, você não, mas algumas pessoas ao redor do mundo defendem medidas que só poderiam ser contempladas em um estado de emergência".

A jornalista pediu exemplos dessas medidas. O ministro respondeu: "Intervir em um país soberano, por exemplo".

A jornalista novamente perguntou que tipo de intervenção, ao que o ministro respondeu “limitar a soberania sobre seu território, o que foi sugerido por alguns líderes mundiais”. A jornalista pediu se o ministro poderia nomear esses líderes. Ernensto Araújo respondeu: "Houve um artigo na Foreign Policy defendendo isso".

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O artigo citado pelo ministro foi publicado na revista Foreign Policy , mas não foi escrito por um líder mundial, e sim pelo professor americano da universidade de Harvard, Stephen Walt. O título “Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia?” ficou no ar algumas horas e, mais tarde, foi trocado para “Quem vai salvar a Amazônia, e como?”.

O jornalista do Washington Post , Ishaan Tharoor, que ganhou repercussão no Brasil nesta semana ao avaliar pelo Twitter que o discurso de Araújo na Fundação Heritage não era condizente com as preocupações do público de direita presente, perguntou se o discurso que o governo brasileiro levará à Assembleia Geral da ONU será o mesmo apresentado na fundação, de combate ao “climatismo”.

Questionado sobre as novidades com relação à cooperação entre Brasil e Estados Unidos para combater os incêndios na Amazônia , um auxiliar respondeu pelo ministro. Disse que os Estados Unidos ofereceram um time de especialistas e um avião que havia chegado hoje ao Brasil. O site do Ministério da Defesa confirma que peritos da Guarda Florestal americana chegaram na quinta-feira ao país, mas não cita um avião.

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Sobre como funcionará o fundo de U$ 100 milhões acordado em março na visita do presidente Jair Bolsonaro à Casa Branca, Araújo novamente pediu para que o assessor explicasse. O assessor disse que ainda está sendo estudado como o fundo será, “mas cabe ainda à parte americana ter os recursos que serão da iniciativa privada”.

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