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Reprodução/Greenpeace
Especialistas acreditam que agora é preciso rever as teorias sobre os efeitos do aquecimento global no Ártico

Em um caso inédito, o mar de gelo mais antigo e espesso do Ártico começou a derreter e quebrar no norte da Groenlândia. De acordo com informações do Guardian , a onda de calor que atinge o hemisfério norte neste verão é uma das causadoras do fenômeno.

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A camada de gelo em questão costuma permanecer congelada até mesmo durante os meses mais quentes, contudo, já foram registrados dois episódios de quebra do gelo em 2018, algo nunca visto antes. Para alguns especialistas, o caso é um indicativo de que os cientistas precisam repensar suas teorias sobre as consequências do aquecimento global no Ártico .

“Quase todo o gelo ao norte da Groenlândia está um pouco despedaçado e quebrado, e, assim, um pouco mais móvel”, explicou Ruth Mottram, do Instituto Meteorológico Dinamarquês. “Água aberta [que aparece entre os pedaços de gelo] nessa região é algo incomum, já que ela é conhecida como ‘a última área de gelo’”.

A denominação vem da hipótese de que aquele seria o último ponto a resistir aos efeitos climáticos do planeta. Porém, após picos de temperatura em fevereiro e no começo de agosto, a região ficou vulnerável a ventos que levaram os blocos de gelo para longe da costa, algo que não era visto desde 1970, quando o Polo Norte começou a ser monitorada por satélites.

“O gelo não tem mais para onde ir, então se acumula. Em média, possuem quatro metros de espessura e podem ser empilhados em até 20 metros ou mais”, comentou Walt Meier, do Centro Nacional de Dados sobre Gelo e Neve nos Estados Unidos, sobre o comportamento geral dos blocos. “Espesso dessa forma, o gelo compactado não é fácil de ser movimentado”.

Todavia, não foi isso o que aconteceu nos últimos meses, quando o vento efetivamente conseguiu empurrar os blocos para longe da costa, o que pode estar relacionado com o  aquecimento global .

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Tendência preocupante sobre o gelo do Ártico

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Especialistas estão começando a rever suas teorias sobre o aquecimento global no Ártico (imagem meramente ilustrativa)

Este é o resultado de uma tendência alarmante que tem aumentado na última década. “O afinamento do gelo está atingindo até as partes mais geladas do Polo Norte , com os blocos mais espessos. Então, temos indicação bem dramática da transformação do mar e clima dessa região”, apontou Meier.

O cientista Thomas Lavergne, do Instituto Meteorológico Norueguês, descreveu a situação como “assustadora”. “Eu não posso prever por mais quanto tempo esse caminho de águas abertas permanecerá dessa forma, mas mesmo se ele fechar dentro de poucos dias, o estrago já estará feito: o bloco mais antigo e espesso foi levado para longe da costa, em uma área onde deve derreter com facilidade”.

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As preocupações, no entanto, não foram intensificadas agora. Para além da atenção para o aquecimento global, os cientistas estão monitorando as mudanças de temperatura no  Ártico desde o começo do ano, quando durante o período de inverno sem períodos de luminosidade, uma onda de calor atingiu a região.

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