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John Sonntag/Nasa
Fenda que provocou o desprendimento de iceberg gigante avançou por vários anos em área da Antártida chamada Larsen C

Um iceberg de 5.800 quilômetros quadrados de extensão, o equivalente a 3,8 vezes a área da cidade de São Paulo, desprendeu-se nesta semana da Antártida, no extremo sul do planeta. O desprendimento do gigante de gelo batizado de A68 ocorreu entre a segunda (10) e esta quarta-feira (12), informou a agência espacial americana, Nasa.

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Cientistas vinham monitorando há vários anos o crescimento da fenda que deu origem ao desgarramento do iceberg , que pesa mais de 1 trilhão de toneladas (1.000.000.000.000.000 quilos). O imenso bloco de gelo, com espessura entre 200 e 600 metros, deve ficar à deriva flutuando conforme os fluxos glaciais, mas seu destino é incerto.

"Nos surpreendemos com o tempo que a fenda demorou para avançar sobre os últimos quilômetros de gelo. Este iceberg é um dos maiores já registrados e é difícil prever seu futuro. Pode ser que ele permaneça como um único bloco, mas é mais possível que ele se fragmente. Parte de todo esse gelo poderá permanecer na região por décadas", explicou o professor Adrian Luckman, responsável pelo projeto Midas, da Universidade de Swansea (País de Gales).

O desprendimento do A68 é um dos maiores eventos do gênero já registrados pela ciência moderna. Mas, ainda assim, os cientistas asseguram que o gigante de gelo não deve impactar no nível do oceano pois ele já estava em contato direto com o mar antes mesmo de se desgarrar do território da Antártida.

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Mudança para a eternidade

O A68 estava preso a uma área do continente gelado batizada de Larsen C. Embora o gelo deva continuar crescendo naturalmente no local, a área foi reduzida em mais de 12%, o que faz com que o panorama da Península Antártica tenha sido alterado para sempre.

Os cientistas de Swansea temem que a ruptura leve o Larsen C a seguir os caminhos de seu vizinho, Larsen B, que também perdeu um fragmento significativo de seu território após a abertura de uma fenda em 1995. O Larsen B acabou se desintegrando completamente em 2002. 

Os caminhos percorridos pelo iceberg A68 continuarão sendo acompanhados pelos cientistas da universidade galesa.


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