O Povo Guanche foi extinto há aproximadamente 600 anos, quando seu território foi invadido pela colonização espanhola
Reprodução/Universidade de Dundee
O Povo Guanche foi extinto há aproximadamente 600 anos, quando seu território foi invadido pela colonização espanhola

Uma pesquisadora da Universidade de Dundee, na Escócia, reconstruiu o rosto de uma moradora indígena das Ilhas Canárias. De acordo com o portal Daily Mail , o trabalho foi feito a partir da análise do crânio da mulher, que viveu há 600 anos no território que foi invadido pela colonização espanhola no século 15.

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O trabalho foi feito pela escocesa Karina Osswald, que conseguiu atribuir um rosto ao povo Guanche, habitante do arquipélago durante mais de 14 séculos até ser extinto durante a colonização espanhola . “A verdadeira identidade dessas pessoas tem sido um verdadeiro mistério, sendo as informações da literatura espanhola as únicas sobre esse intrigante povo indígena”, explicou.

“Durante esse projeto, eu acabei aprendendo tanto sobre os Guanches e espero que sua imagem [da mulher com o rosto reconstruído] inspire outros a descobrir mais sobre essa antiga civilização”, declarou Osswald, que utilizou técnicas forenses e um scanner 3D para chegar ao resultado final.

O crânio em questão foi descoberto em um sítio arqueológico no século 19, quando foi doado para o Museu de Anatomia da Universidade de Edimburgo. Mais de 100 anos depois, ele foi objeto de estudo da aluna da pós-graduação, que criou a reconstrução craniofacial como trabalho de conclusão do curso de Arte Forense e Identificação Facial.

“O que eu criei é uma estimativa de como um desses aborígenes se parecia. Contudo, estudos recentes sugerem que as aparências dos Guanches era diferente entre cada uma das Ilhas”, explicou sobre o arquipélago formado por sete ilhas principais.

“Isso significa que, para pesquisas futuras, um dia poderemos ter uma ideia clara das diferenças individuais entre cada grupo indígena da região”, concluiu.

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Povo Guanche foi dizimado pela colonização espanhola

Estátuas homenageando o Povo Guanche, dizimado pela colonização espanhola, localizadas nas Ilhas Canárias
Creative Commons/Wikimedia
Estátuas homenageando o Povo Guanche, dizimado pela colonização espanhola, localizadas nas Ilhas Canárias

Os Guanches eram povos aborígenes que originalmente habitavam as Ilhas Canárias , localizadas no Oceano Atlântico, próximas da costa do Marrocos. Como eles foram dizimados, as únicas fontes de informação disponíveis são fósseis e literaturas da Espanha, o que torna a compreensão de seus hábitos e aparência ainda mais difícil.

Contudo, pesquisas recentes conseguiram sequenciar seu genoma e descobrir que eles eram originários do norte da África. Os indígenas teriam migrado para o arquipélago por volta do ano mil antes de Cristo e seriam descendentes dos povos berberes, possivelmente da Líbia.

Estudos também apontaram que os grupos eram caçadores-coletores e viviam como as pessoas da Idade da Pedra. Eles provavelmente moravam em cavernas e cabanas e tinham poucas ferramentas, dado a escassez de minérios nas ilhas vulcânicas.

Os Guanches possuíam organizações sociais sofisticadas, noções básicas de agricultura e técnicas de mumificação dos mortos, assim como os egípcios. E a relação entre os dois povos pode estar além disso, já que alguns pesquisadores acreditam que o grupo indígena podem ter construído pirâmides como as do Egito.

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Após a colonização espanhola , eles foram étnica e culturalmente assimilados, sendo que alguns elementos da sua cultura, como a língua Silbo, permanecem presentes na região até hoje.

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