Uso da CRISPR-Cas9 pode ajudar a reproduzir árvores de cacau com características idênticas as das não modificadas
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Uso da CRISPR-Cas9 pode ajudar a reproduzir árvores de cacau com características idênticas as das não modificadas

Todo ano, entre 20% e 30% da produção global de cacau usada para fazer chocolate são destruídos por doenças típicas das plantas, segundo cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Entretanto, após pesquisas elaboradas recentemente, a equipe acredita que pode ter encontrado uma solução para eliminar tamanho prejuízo.

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Segundo os pesquisadores, o uso da ferramenta de edição de genes CRISPR-Cas9 pode ajudar fortemente a reproduzir árvores de cacau com características idênticas as das não modificadas, porém, com uma maior resistência a essas doenças.

"Na África Ocidental, surtos severos de doenças fúngicas costumam destruir todos os frutos dos cacaueiros em fazendas", afirmou o autor do estudo e especialista em ciência das plantas na Faculdade de Ciências Agrícolas da Pensilvânia, Andrew Fister ao Daily Mail .

A ferramenta capaz de modificar o cacau 

O autor do estudo explicou que o desenvolvimento de iniciativas para diminuir esse impacto negativo foi potencializado pela necessidade de fontes fortificantes geneticamente e pelo longo tempo de geração dos cacaueiros.

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A ferramenta CRISPR, que significa "repetições palindrômicas curtas agrupadas regularmente e interespaçadas", traz uma maneira de modificar o genoma de um organismo ao produzir uma enzima de corte de DNA, a Cas9, podendo, assim, excluir ou substituir partes específicas de DNA, promovendo ou desativando determinadas características.

Pesquisas anteriores acerca dos cacaueiros identificaram um gene, conhecido como TcNPR3, que suprime a resposta da planta à doença. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que o uso da técnica para eliminá-lo resultaria em uma maior resistência aos fungos proliferados.

Ao adicionar componentes do CRISPR-Cas9 em folhas de cacau e a infectarem com um patógeno vegetal, a equipe notou que as plantas que foram protegidas com a ferramenta conseguiram resistir à doença.

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“Segmentar o DNA é extremamente eficiente. Até o momento, não detectamos nenhum desalinhamento nos resultados. Pode haver milhares de genes envolvidos na resistência a essas doenças, por isso, estamos avaliando o máximo de plantas que conseguimos. Esperamos ajudar a aumentar a produção de cacau sem afetar o meio ambiente”, concluiu Fister.

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