Por mais que outras pesquisas tenham criado um embrião com células-tronco, pela primeira vez um foi implantado no útero
Reprodução/Nicolas Rivron via BBC News
Por mais que outras pesquisas tenham criado um embrião com células-tronco, pela primeira vez um foi implantado no útero



Pesquisadores do Instituto Merlin da Universidade de Maastricht, na Holanda, conseguiram desenvolver um embrião usando células não-reprodutivas de ratos. De acordo com a BBC News , os embriões não precisaram de um óvulo e de espermatozóide para serem criados e se fixaram no útero de uma fêmea da espécie, se desenvolvendo durante alguns dias.

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O doutor Nicolas Rivron, cujo time foi o responsável pela criação do embrião , explicou que o processo envolveu a mistura de dois tipos de células-tronco, que, quando observadas a partir de um microscópio, eram muito parecidas com embriões em seus primeiros estágios de desenvolvimento. Assim, pela primeira vez na história, embriões de células-tronco – algo que já fora criado em outras pesquisas – foram implantados em um útero.

“Agora, nós podemos gerar um número extremamente grande desses embriões para estudá-los em detalhes. Isso pode nos ajudar a entender por que alguns deles não conseguem se implantar e também a procurar medicamentos que podem ajudar na fertilidade”, o cientista explicou.

Essa está sendo considerada a tentativa mais bem-sucedida de criar embriões com células do gênero. Para especialista em células-tronco Dusko Ilic, “essa foi a primeira vez que cientistas foram capazes de lançar uma luz em mecanismos moleculares de implantação, e essas descobertas podem nos ajudar a entender mais sobre alguns aspectos da infertilidade e a melhorar técnicas de reprodução assistida”.

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Questão dos abortos espontâneos

Por mais que Rivron tenha explicado que não existem planos para repetir o estudo com células humanas, o teste com os ratos já pode significar um grande avanço nas pesquisas sobre reprodução humana.

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De acordo com a BBC News , os abortos espontâneos acontecem antes mesmo da mulher saber que está grávida, no momento em que o óvulo fertilizado não consegue se fixar na parede do útero.

Por mais que seja um processo muito comum, especialistas ainda não compreendem completamente por que ele acontece – por mais que, provavelmente, os eventos devem estar relacionados com malformações nos embriões.

Como o estudo de embriões envolve a bioética e a legislação de cada país, pesquisas sobre o tema ainda causam polêmica. Por isso, utilizar células-tronco pode ser uma alternativa para conseguir analisá-los em estudos cada vez mais aprofundados.

Criação de um “embrião sintético” humano

Para o professor Robin Lovell-Badge, do Instituto Francis Crick, no Reino Unido, a ideia de criar estruturas humanas do gênero ainda é extremamente remota. “Isso é uma pena para pesquisas básicas, porque seria muito útil ter um suporte infinito de estágios iniciais de embriões humanos para entender a interação entre as células”, declarou.

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Por outro lado, o caso teria diversas implicações legais. “Pode soar como um alívio para muitos que não seja viável produzir um embrião humano capaz de ser implantado. Por mais que seria legal fixá-los em mulheres, como é a situação da Inglaterra”.

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