A descoberta de uma nova partícula da matéria foi divulgada nessa quinta-feira (6)
Divulgação/Cern
A descoberta de uma nova partícula da matéria foi divulgada nessa quinta-feira (6)


Os cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern, sigla em francês) descobriram uma nova partícula da matéria, chamada “ Xicc++”. A novidade foi anunciada nesta quinta-feira (6) durante uma reunião da Sociedade Europeia de Física, em Veneza, na Itália.

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A partícula pertence à família dos bárions, ou seja, praticamente a composição de toda a matéria que está ao nosso redor, como os prótons e os nêutrons, sendo formada pelos menores elementos da matéria: os quarks. Uma “Xicc++” é constituída por um quark up – o mais leve dos seis tipos do elemento, e outros dois quarks pesados, justamente o que difere a nova partícula dos outros bárions já conhecidos pela comunidade científica.

"Encontrar um bárion com quark duplo pesado é de grande interesse porque vai fornecer uma ferramenta única para promover a cromodinâmica quântica [teoria dos quarks]. Essas partículas irão ajudar a melhorar o poder das previsões de nossas teorias", explicou Giovanni Passaleva, porta-voz da missão LHCb, que há mais de uma década perseguia a partícula.

A descoberta da Xicc++ é de grande importância para o desenvolvimento de pesquisas sobre a “cola” que mantém todas as substâncias unidas. Além disso, representa um novo passo para entender uma das quatro forças fundamentais da natureza: a força forte, que integra o grupo junto das forças gravitacional, eletrodinâmica e fraca.

"Observar uma partícula do tipo foi possível graças à grandíssima quantidade de dados que o LHC está produzindo. Isso permite atingir um objetivo que não é fácil, como conseguir reproduzir a matéria em todos os seus estados possíveis", disse Donatella Lucchesi, pesquisadora da Universidade de Pádua e do Instituto Nacional de Física Nuclear.

A missão LHCb

O Grande Colisor de Hádrons, conhecido como LHC, é o maior acelerador de partículas do mundo. Ele está localizado no Cern, na Suíça, e é responsável por inúmeros experimentos científicos, como o CMS, o Atlas, o Alice e o LHCb, quatro detectores que buscam abrir portas para os fenîomenos da chamada “nova física”.

O LHCb, que descobriu a nova partícula, corresponde a um experimento fundado com o objetivo de “explorar o que aconteceu depois do Big Bang, que favoreceu a criação do Universo da forma que o habitamos hoje em dia”, como explica a página oficial do projeto no Facebook.

Membros do projeto LHCb no acelerador de partículas do Cern, em Genebra
Reprodução/LHCb
Membros do projeto LHCb no acelerador de partículas do Cern, em Genebra


São mais de 700 cientistas de 52 instituições diferentes – incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro – , envolvidos no projeto, e um dos objetivos do grupo era justamente encontrar uma nova partícula de matéria, a Xicc++, que foi perseguida por mais de 10 anos pelos pesquisadores do Cern.

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*Com informações da Agência Ansa.

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