Microrganismos foram achados nas rochas de Nuvvuagittuq, conhecidas por estarem entre as mais antigas da Terra
Reprodução/Wikipedia
Microrganismos foram achados nas rochas de Nuvvuagittuq, conhecidas por estarem entre as mais antigas da Terra

O Canadá é berço dos traços mais antigos de vida na Terra descobertos pelos cientistas até agora: tratam-se de microrganismos que viveram há 3,8 bilhões de anos em locais próximos às fontes hidrotermais. Os resultados das análises feitas pelo biogeoquímico Matthew Dodd, da Universidade College de Londres, foram publicados na revista “Nature”, e podem trazer um sinal dos primeiros seres vivos que surgiram no planeta.

Leia também: Na China, pacientes são enterrados em túmulos para "tratamento" contra depressão

O estudo foi realizado nas rochas de Nuvvuagittuq, em Quebec, no Canadá, conhecidas por estarem entre as mais antigas da Terra. Lá, foram encontradas as marcas destes microrganismos – que podem, finalmente, provar a existência da atividade biológica de quase quatro bilhões de anos.

Nas análises realizadas, foram identificadas estruturas tubulares e filamentos compostos de óxido de ferro, provavelmente formados por seres vivos aprisionados em camadas de quartzo. Tais composições são encontradas ainda hoje nas proximidades de fontes hidrotermais oceânicas.

Além disso, esta pesquisa dá mais base às hipóteses de que a vida terráquea tenha se desenvolvido em fontes termais oceânicas, em “caminhos” de águas muito quentes, como aqueles que encontramos hoje, que ainda alimentam comunidades de seres vivos “extremos”.

Leia também: Países mais pobres são os que mais recebem refugiados, diz ONU

O grande diferencial deste estudo é que anteriormente só haviam sido encontrados traços de estromatólitos, verdadeiras rochas formadas de sedimentos produzidos por antigas bactérias ou algas microscópicas. Assim, nem todos os cientistas concordavam sobre sua origem biológica.

"A descoberta foi feita sobre algumas das amostras de rochas mais antigas que se tem conhecimento, e a datagem dos restos poderiam ser ainda mais velhas, de até 4,2 bilhões de anos", explicou o geólogo Carlo Doglioni, da Universidade Sapienza de Roma e presidente do Instituto Nacional de Geologia e Vulcanologia (INGV).

Leia também: Cerca de mil crianças são deixadas em campo de refugiados demolido na França

Estudos como este, do biogeoquímico Matthew Dodd, não são responsáveis “apenas” pela busca da verdadeira explicação da origem da vida no planeta, como também servem como  tentativa de desenvolver a medicina nos dias atuais. De acordo com o biólogo Carlo Alberto Redi, da Universidade de Pávia, estudar as fontes hidrotermais é importante já que podem tornar possível a descoberta de “moléculas que tiveram o papel importante para o nascimento da vida” e, assim, sendo “possível serem usadas pela medicina”.

Por fim, os cientistas ainda afirmam que os mesmos ambientes nos quais esses antigos microrganismos teriam sido desenvolvidos na Terra podem ter existido também em Marte, há milhões de anos, podendo estar ativos ainda hoje tanto nos oceanos da Europa como em Encélado, o sexto maior satélite natural de Saturno.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!