A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou, nesta terça-feira, que uma moradora de Praia Grande, litoral do Estado, morreu em fevereiro por complicações da dengue. A garota teria contraído a doença em sua própria cidade. É o primeiro caso de morte decorrente de complicações da dengue confirmado em 2008.
Os resultados foram divulgados após um mês pela demora dos exames. Outros três casos com suspeitas de dengue hemorrágica estão esperando a confirmação dos exames no Instituto Adolfo Lutz.
Em 2007, 35 pessoas morreram por causa da doença no Estado, sendo que 17 contraíram dengue hemorrágica.
Porta de entrada
A cidade de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, situada perto de Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro, está em estado de atenção. O fato de ter casos em Angra dos Reis deixa-nos muito apreensivos", informou o secretário municipal de Saúde de Ubatuba, Clingel Frota.
Todos os médicos da cidade, incluindo os 40 da rede pública, foram orientados a pedir os exames de sangue e, posteriormente, de sorologia em caso de suspeita, principalmente em crianças. A campanha Ubatuba sem dengue será realizada pelos moradores para vistoriar quintais e casas de veraneio. Segundo o coordenador de Controle de Endemias, Antenor Benetti, o objetivo é fazer vistoria em 100% dos imóveis, eliminando criadouros com a retirada de objetos ou aplicação de veneno, em locais onde não seja possível retirar o possível foco imediatamente. Um trabalho de informação e conscientização sobre a necessidade de manter as medidas preventivas também será feito pelos agentes e voluntários.
Rio de Janeiro
Em dois dias de ações do Hospital da Campanha no Rio de Janeiro, a Marinha realizou 638 atendimentos das 8h da manhã de segunda-feira às 16h da terça-feira. Foram atendidos 382 adultos, 256 crianças e 6 emergências. 320 casos foram diagnosticados com dengue. Este número não inclui os pacientes atendidos e redirecionados para o Hospital da Posse, por não apresentarem sintomas da doença.
O tempo médio de espera para atendimento, após a chegada do paciente ao hospital, segundo a Marina, é de, aproximadamente, 30 minutos. Entretanto, o atendimento às crianças apresenta um tempo maior de espera devido às peculiaridades características do atendimento pediátrico.
Déficit de Pediatras
A falta de pediatras no Rio para atender crianças com dengue deverá ser suprido por médicos de pelo menos sete Estados. A informação é do secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Jurandir Frutoso.
"Nós já conversamos com todos os secretários de Saúde do País e os Estados do Rio Grande do Sul, Rondônia, Espírito Santo, Paraíba, Amazonas, Pará e Santa Catarina já informaram que devem ter disponibilidade para enviar pediatras ao Rio", informou o médico.
Ainda não está definido, no entanto, quantos médicos devem ser enviados para trabalhar nos centros de hidratação do Estado. O secretário Estadual de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, solicitou ajuda ao Conass e informou que precisa de 154 pediatras para poder inaugurar três novos centros de tratamento de crianças com dengue.
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