BRASÍLIA - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), minimizou nesta sexta-feira a demora para colocar em prática as medidas que anunciou para resgatar a imagem da Casa. Segundo o parlamentar, a proposta de reforma da Fundação Getúlio Vargas (FGV) não se pode fazer em 24 horas em uma estrutura como a do Senado. Sarney afirmou que o projeto de reforma está concluído e será levado à votação na próxima semana em reunião da Mesa Diretora.
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Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada nesta sexta-feira informa que a folha de pagamento do Senado, de R$ 2,1 bilhões, se mantém intacta mesmo após as promessas de José Sarney de reduzir a estrutura da Casa em 40%. O número de funcionários também não foi reduzido, como havia sido anunciado.
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Sarney, sentado, em seu gabinete |
No entanto, questionado sobre a diminuição do quadro de funcionários, Sarney se esquivou e disse que a administração deve ser enxugada como um todo. "O problema não é só função comissionada. É a complexidade da reforma como um todo, que tem o objetivo de reduzir estrutura do Senado como um todo", respondeu.
De acordo com a reportagem, a lentidão de qualquer mudança administrativa recebe a contribuição dos quadros de carreira, que resistem às alterações sugeridas pela FGV. Os servidores não aceitam as mudanças sugeridas, como os cortes em gratificações. Com isso, a reforma proposta pela FGV, que recebeu R$ 250 mil pelo serviço, fica empacada.
Prazo
Sarney afirmou hoje que a divergência entre a FGV e a direção do Senado será resolvida até a próxima semana, antes da reunião da Mesa Diretora. "Há divergência entre a Casa e fundação e eu dei prazo de dez dias para compatibilizar. O prazo foi dado há cerca de uma semana", disse Sarney.
O presidente da Casa voltou a dizer hoje que, após o encerramento do prazo para recadastramento dos cerca de 6 mil servidores do Senado, se ficar comprovada a existência de funcionários "fantasmas", eles serão demitidos imediatamente. "Fantasma, se tiver, vamos exorcizar todos."
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