RIO DE JANEIRO ¿ O ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegou ao Morro da Providência, na Zona Portuária do Rio, por volta das 16h desta terça-feira, para se encontrar com representantes da comunidade e com familiares dos três jovens que foram detidos por 11 militares do Comando Militar do Leste e deixados no Morro da Mineira, na zona norte, onde foram assassinados.
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Jobim percorreu a comunidade, visitou as obras do programa Cimento Social - que prevê a reforma da fachada e do telhado de casas do morro - e chegou a conversar com familiares das vítimas. O ministro tomou café com Sueli Ribeiro, a tia de David Wilson Florêncio da Silva, de 24 anos, uma das vítimas. Em seguida, ele falará com os jornalistas na unidade militar da comunidade.
Agência Estado |
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Morador protesta antes da reunião com militares |
Tomada de depoimentos
Até o momento, foram ouvidos três dos oito militares ¿ dois sargentos e seis soldados ¿ que estão prestando depoimento ao delegado Ricardo Dominguez o 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, zona norte do Rio. O advogado de um dos acusados disse que alguns dos militares podem ser indiciados pode seqüestro e outros por homicídio triplamente qualificado.
O caso
AE/Marcos DPaula |
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Policiais do Exército e moradores em confronto |
Em depoimento ao titular da 4ª Delegacia de Polícia, delegado Ricardo Dominguez, alguns dos suspeitos teriam confessado o crime. Os jovens foram detidos pelos militares às 7h30 do sábado, quando voltavam de táxi de um baile funk, por desacato. Porém, o comandante da tropa determinou que eles fossem liberados após serem ouvidos.
Testemunhas afirmam que os rapazes ficaram sob o poder dos militares até as 11h30 e depois foram entregues a traficantes de uma facção rival a do Morro da Providência, onde os rapazes moravam, no Morro da Mineira, onde foram executados. Há denúncias de que as vítimas teriam sido vendidas por R$ 60 mil.
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