Diante de uma complexa disputa pelos postos de vice-governador e de suplentes para senador, o PT aprovou em convenção neste sábado a candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad a governador de São Paulo.
O ex-governador Márcio França (PSB), que durante o primeiro semestre tentou sem sucesso construir uma pré-candidatura ao governo, disputará uma vaga no Senado. Houve duas abstenções.
A expectativa é que a escolha do vice só ocorra às vésperas do prazo final definido pela legislação, 5 de agosto. Os mais cotados hoje são a ex-ministra Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e o ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB).
Marina é a preferida de Haddad. Os petistas consideram que o seu nome é o que mais agrega para a chapa por ser mulher e evangélica. Antes de as negociações com o PT tomarem corpo, quando a indicação da ex-ministra era apenas ventilada, integrantes da Rede descartavam totalmente essa possibilidade porque contavam com Marina como uma das puxadoras de voto, como candidata a deputada federal, para ajudar a sigla a atingir a cláusula de barreira nas eleições deste ano.
Marina como vice somaria à campanha petista do ponto de vista eleitoral, como diz o porta-voz da Rede em São Paulo, Giovanni Mockus.
— Marina tem tamanho para escolher estar onde ela entender que pode contribuir mais. A decisão que ela tomar é a decisão que o partido vai apoiar — disse ele, citando ainda a relação de longa data da ex-ministra com Haddad. — Não há, no partido, oposição ou resistência à ideia de ela ser vice. Acho que é uma oportunidade de fazer uma transição para um modelo de desenvolvimento sustentável em São Paulo.
O problema é que o PSOL, que também faz parte da aliança, não se sentiria contemplado com Marina de vice. Os dois partidos se uniram em uma federação. Uma saída nesse caso seria indicar um representante do PSOL para a suplência de Márcio França.
Mas o PSB avalia que, com Marina de vice, o PSOL já estaria contemplado com o posto de destaque na chapa por causa da federação com a Rede. Nesse caso, os socialistas querem escolher o primeiro suplente. O preferido é o empresário José Seripieri Júnior, que se filiou ao PSB. O PSOL tem ameaçado até lançar um candidato para concorrer ao Senado contra França.