Monique Medeiros divide cela com a mulher de Ronnie Lessa
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Monique Medeiros divide cela com a mulher de Ronnie Lessa

Depois de se envolver numa discussão com a delegada Adriana Belém dentro da cadeia, na última quinta-feira, a professora  Monique Medeiros, suspeita de participar da morte do filho, o menino Henry Borel, de 4 anos, passou para uma cela vizinha a da policial. Agora, a mãe de Henry divide o xadrez com mais oito detentas, no Instituto Penal Santo Expedito, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Entre elas está Elaine Pereira Figueiredo Lessa, mulher do sargento reformado da PM Ronnie Lessa, réu no homicídio da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Na última quinta-feira, a delegada Adriana Belém , presa por suspeita de envolvimento com a quadrilha do contraventor Rogério de Andrade, reclamou da presença de Monique no mesmo recinto que o dela. Belém saía do banho, com uma toalha enrolada na cabeça secando os cabelos, quando viu a mãe de Henry em sua cela. Aos gritos, a delegada alegou que o local era destinado a policiais. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Monique estava ali aguardando a definição do xadrez que ocuparia, para não ficar na triagem.

Após o escândalo, Monique foi levada para a cela de outras oito mulheres com ensino superior como ela, que é formada em pedagogia. No espaço de convívio entre as presas, há duas TVs para entretenimento e um banheiro coletivo.

Companheira de xadrez da mãe de Henry, Elaine Lessa responde por tráfico internacional de armas junto com o sargento reformado, além do crime de obstrução de Justiça. Segundo as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e do Ministério Público do Rio (MPRJ), no dia 13 de março de 2019, Elaine e outros dois amigos do marido dela participaram de uma operação para retirar e destruir armas que estavam escondidas por Lessa, em um apartamento alugado por ele, no bairro Pechincha, na Zona Oeste do Rio. O episódio ocorreu um dia depois da prisão do sargento reformado.

Elaine já tinha ficado com Monique numa mesma cela. Até que, em março deste ano, um grupo de presas denunciou um suposto "ato libidinoso" entre a professora e um de seus advogados. A mulher de Lessa era uma das que se queixou. Os relatos foram dados à Seap, que decidiu ouvir as detentas depois que Monique afirmou em juízo ter sido ameaçada dentro da cadeia. Na época, a custódia delas era no Instituto Penal Oscar Stevenson.

A confusão fez com que, em abril, a juíza da 2ª Vara Criminal, a juíza Elizabeth Machado Louro, decidisse que Monique deveria ser solta, mas fizesse uso de uma tornozeleira eletrônica. Na decisão, Louro manifestou preocupação com supostas ameaças sofridas pela mãe de Henry dentro da cadeia e diz que a manutenção da prisão "não favorece a garantia da ordem pública". No entanto, na semana passada, a professora retornou à prisão na semana por determinação dos desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.

Outra detenta que divide cela com Monique é a dentista Karina Lepre Franco, apontada como a mandante do homicídio do próprio marido, o gerente da Shell Brasil, Vagner Franco. O crime ocorreu em fevereiro de 2019 e, segundo as investigações da DHC, o objetivo de Karina seria receber R$ 200 mil de indenização e seguro de vida do companheiro, por ser beneficiária dele.

Franco desapareceu no dia 7 de fevereiro de 2019, após sair do consultório de Karina na favela do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. De acordo com a polícia, a dentista contratou Anderson do Nascimento Marinho, o Thor, apontado como miliciano na comunidade, para executar o marido dela.

Os advogados de Monique, Thiago Minagé e Hugo Novais, informaram ao GLOBO que entraram com um novo pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça em favor da cliente deles. Por meio de nota, a defesa da professora explicou que: "impetrou um HC perante o STJ e acredita na sua soltura, uma vez que inexistem motivos legais que justifiquem a manutenção do cárcere". Monique e o ex-namorado, médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, o Jairinho, são réus no homicídio do filho dela, Henry Borel.

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