Na tarde do dia 10 de dezembro, a influenciadora digital Bruna Wright, de 21 anos, recebeu uma mensagem no Instagram lhe propondo "patrocínio estético". A "permuta" consistia na troca de procedimentos para levantar o bumbum por postagens nas redes da jovem, que acumula mais de 40 mil seguidores em seu perfil.
Depois de alguns minutos da primeira sessão de massagem modeladora dentro do quarto dela, porém, Matheus Calainho Cyranka foi surpreendido com a bermuda abaixada e se masturbando. Ele foi preso preventivamente acusado de abusar sexualmente de pelo menos outras seis vítimas.
"Fiquei com um pouco de receio por aceitar a massagem de um homem, mas ele disse que era gay e que, inclusive, sofria muito preconceito
no mercado de trabalho justamente por isso, o que me deixou com muita dó dele. Então fizemos uma perna inteira, e, quando virei para fazer a outra, olhei no espelho e vi que ele estava se masturbando", contou Bruna.
A jovem procurou a 16a DP (Barra da Tijuca, Rio), que abriu um inquérito para investigar o caso. De acordo com o procedimento, Matheus não tem formação em cursos de massagem e, aos policiais, admitiu ter aprendido algumas técnicas assistindo vídeos no YouTube. O jovem foi indicado por violação sexual mediante fraude , crime cuja pena varia de dois a seis anos de prisão.
"Quando ele chegou, achei que ele era pouco profissional, estava de chinelo, desarrumado. Eu até pensei em dar algumas dicas para ele melhorar isso. Mas quando vi o que estava acontecendo, comecei a gritar, bater nele com uma toalha, fiquei desesperada, sem ar e tive crise de pânico
", diz a influenciadora.
Titular da 16a DP, o delegado Henrique Damasceno reitera a importância de as vítimas registrarem ocorrência contra o criminos o. Ele conta que algumas jovens que foram abusadas por Matheus têm mais de 100 mil seguidores no Instagram e resistiram a denuncia-lo por vergonha e medo da exposição.
De acordo com os advogados Caio Cytrangulo e José Victor Moraes, que defendem Matheus, o jovem é inocente e provará isso em juízo. "Ele está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos, razão pela qual não há motivos para a prisão preventiva ", informaram, em nota.