Desde o início da pandemia, Bolsonaro minimiza impactos da pandemia
Adriano Machado / Crusoé
Desde o início da pandemia, Bolsonaro minimiza impactos da pandemia

Próximo de chegar a 100 mil mortes por covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que as pessoas "toquem a vida". "A gente lamenta todas as mortes, vamos chegar a 100 mil, mas vamos tocar a vida e se safar desse problema", disse Bolsonaro em sua live semanal, na última quinta-feira, ao lado do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello. Segundo o Ministério da Saúde, até ontem, o país registrou 99.572 mortes, sendo 1.079 óbitos nas últimas 24 horas. Ainda segundo a pasta, o Brasil contabilizou 2.962.442 casos confirmados e 50.230 ocorrências novas no último dia.

Para Marcos Valim, de 35 anos, que perdeu o pai, Sergio Gomes, de 68, em maio por causa do coronavírus, "se fosse qualquer outra pessoa dizendo isso, realmente, temos que tocar a vida, não podemos parar no que ocorreu. Mas nós não temos ação direta de responsabilidade". "Um chefe de Estado, que durante essa pandemia não deu a devida importância e credibilidade para a doença, acaba sendo uma irresponsabilidade dizer isso. Se tivesse acontecido, ao menos, uma demonstração de empatia em todo esse período de pandemia, seria compreensível essa fala", ponderou.

Hidroxicloroquina

Ainda durante a live, o Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19, mesmo sem nenhuma comprovação científica da sua eficácia contra a infecção. "Quem não quer tomar cloroquina, não tente proibir, impedir quem queira tomar, afinal de contas, ainda não temos uma vacina e não temos um remédio comprovado cientificamente", afirmou. "A negação de um medicamento a quem está doente não pode ser de um prefeito ou governador. Quem decide é o médico", acrescentou o chefe do Executivo federal.

Também na transmissão ao vivo, o ministro interino Pazuello comparou a pandemia do coronavírus com a Aids na década de 1980. "Essa história do HIV é interessante fazer comparativo. Nós vivemos essa pandemia e os hábitos mudaram. As pessoas usam preservativo, diminuem convivência social em alguns casos, trocam gilete no barbeiro. Isso tudo não existia. O HIV continua existindo, a maioria dos contaminados se tratam e vida que segue. E assim que vai ser com o coronavírus", afirmou.


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