A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai se reunir nesta sexta-feira (28) – em caráter de urgência, a pedido da Turquia – para analisar a situação na Síria. A Turquia invocou o artigo 4 do Tratado de Washington, segundo o qual qualquer aliado da organização pode solicitar consultas quando considerar que a sua integridade territorial, independência política ou segurança estão ameaçadas.
A reunião terá embaixadores dos 29 países membros da organização. A Otan é uma aliança político-militar criada em 4 de abril de 1949, durante a guerra fria.
O pedido de consultas da Turquia ocorre depois que pelo menos 33 soldados turcos morreram esta semana em combates com unidades do regime do presidente da Síria, Bashar al-Assad.
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Em resposta, o exército turco iniciou bombardeios aéreos e terrestres em posições sírias na parte norte do país árabe. Em comunicado, o porta-voz do governo turco, Fahrettin Altun, disse que "os objetivos do regime [sírio] foram atacados com o apoio do fogo aéreo e terrestre".
Por sua vez, o porta-voz do partido no poder do AKP, Omer Çelik, disse que o governo turco conversaria hoje com os membros da Otan porque "um ataque à Turquia é um ataque contra a Otan".
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A pedra angular da aliança é o artigo 5 do seu tratado fundador, sobre defesa coletiva. Indica que, quando houver um ataque armado contra qualquer um dos aliados na Europa ou na América do Norte, será considerado um ataque dirigido contra todos eles e, consequentemente, no exercício do direito de defesa individual ou coletiva legítima, eles ajudarão a parte atacada, mesmo com o uso da força armada.
Cresce total de mortos
A Turquia elevou nesta sexta para 33 o número de mortos num ataque aéreo realizado ontem pelo governo sírio no noroeste do país, um recorde de vítimas fatais turcas num só dia desde 2016.
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As mortes representam uma grave escalada no conflito direto entre a Turquia e as forças sírias apoiadas pela Rússia. Na quinta-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antônio Guterres, pediu um cessar-fogo imediato na Síria.
Pouco antes, os Estados Unidos solicitaram ao regime sírio, à Rússia e às forças apoiadas pelo Irã que ponham termo à "ofensiva hedionda" na província de Idlib, no noroeste da Síria, onde soldados turcos morreram. Uma delegação russa está em Ancara, na Turquia, para negociar um cessar-fogo em Idlib.
A Turquia elevou hoje para 33 o número de mortos num ataque aéreo realizado na quinta-feira pelo governo sírio no noroeste do país, um recorde de vítimas fatais para a Turquia num só dia desde 2016. As mortes representam uma grave escalada no conflito direto entre a Turquia e as forças sírias apoiadas pela Rússia.
O governador da província turca de Hatay, Rhami Dogan, região situada na fronteira com Idlib, na Síria, disse que 32 soldados feridos estão hospitalizados.
No total, desde o início do conflito em fevereiro, 54 soldados turcos foram mortos em Idlib.
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Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, pediu um cessar fogo imediato na Síria e avisou que "se não se agir rapidamente, o risco de uma escalada ainda maior cresce de hora em hora".
Pouco antes, os Estados Unidos solicitaram ao regime sírio, à Rússia e às forças apoiadas pelo Irã que ponham termo à "ofensiva hedionda" na província de Idlib, no noroeste da Síria, onde soldados turcos morreram.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, tinha já condenado "os ataques aéreos cegos do regime sírio e do seu aliado russo" em Idlib, apelando a Moscou e a Damasco para que "cessem a ofensiva".
Na noite de quinta-feira, os militares turcos iniciaram bombardeios, por ar e terra, a todas as posições sírias conhecidas na região de Idlib, depois das mortes dos soldados em ataques aéreos sírio-russos.