Hélio Cabral, presidente da Cedae também foi alvo de vais de funcionários.
Reprodução/Twitter Hélio Cabral
Hélio Cabral, presidente da Cedae também foi alvo de vais de funcionários.

O presidente da Cedae, Hélio Cabral , que deverá ter sua demissão confirmada na tarde deste terça-feira, deixou a audiência pública sobre a crise da água na Alerj sem responder às perguntas dos deputados. Ele chegou a fazer uma apresentação de cerca de 30 minutos, mas, ao final, afirmou que não se sentia confortável em responder aos questionamentos dos parlamentares. Em meio a vaias e protestos de funcionários da companhia e sindicalistas, ele deixou a casa sem falar com a imprensa.

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A postura de Cabral revoltou os deputados representantes das comissões que convocaram a audiência. A sessão começou com a formulação de perguntas dos parlamentares, mas quando tomou a palavra, Cabral ignorou as questões e iniciou uma apresentação sobre o panorama da Cedae e do saneamento básico do estado. Depois de cerca de 30 minutos, ele foi interrompido pelo deputado Gustavo Schmidt (PSL), presidente da Comissão de Saneamento e da sessão, que pediu para ele responder às perguntas. Nesse momento, Cabral leu um rápido pronunciamento em que se referia à sua demissão.

"Ontem foi noticiado que o governador tomou a decisão de me substituir no cargo de presidente da Cedae . Por isso, não me sinto confortável em responder às perguntas", respondeu Hélio Cabral, que ainda disse que sua gestão conseguiu "avanços" em 2019.

A plateia, formada em grande parte por funcionários da Cedae e sindicalistas, começou a vaiar Cabral e gritar "CPI". Irritado , Schmidt disse que a postura era vergonhosa. "É uma vergonha. O senhor desmantelou a companhia e fez uma covardia ao demitir 54 técnicos da Cedae", disse o deputado.

Em seguida, a deputada Renata Souza disse que a CPI para investigar a crise da água precisa ser rapidamente instaurada. "Hélio Cabral demonstrou profundo desrespeito com a Casa. Precisamos instaurar já a CPI".

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Nesse momento, Hélio Cabral deixou a sessão, que ainda não havia sido encerrada, e saiu em um carro que o aguardava na frente da Alerj. Ele não falou com a imprensa , e o veículo foi atingido por uma garrafa de água atirada por manifestantes.

Algumas das perguntas ignoradas por Cabral foram sobre indicações políticas supostamente controladas pelo Pastor Everaldo, presidente do PSC; quando a água voltaria ao normal; sobre o motivo de Estação Guandu não ter interrompido o tratamento quando a geosmina foi detectada; os motivos da sua demissão.

A substituição de Hélio Cabral por Renato Espírito Santo no comando da Cedae deve ser confirmada nesta tarde, na reunião do conselho de administração da companhia. Na noite desta segunda, o governador publicou em Diário Oficial a decisão de demitir Cabral, o que precisa ser confirmado pelo conselho.

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Hélio Cabral iniciou sua apresentação culpando o passivo deixado por gestões anteriores na Cedae . Ele afirmou que a Estação do Guandu ainda possui equipamentos analógicos e que o ano de 2019 serviu para formular programas de modernizações. Cabral foi bastante vaiado quando colocou o excesso de ações trabalhistas e de altos salários como parte relevante dos problemas da companhia.

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