O corpo do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega está no Instituto Médico Legal de Alagoinhas, na Bahia , cidade a cerca de 72 quilômetros de Esplanada , onde foi morto após uma troca de tiros com a polícia, na manhã deste domingo. Durante a ação realizada pelo Bope da Bahia, o miliciano usou uma pistola Glock para se defender, sendo atingido por dois tiros. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança da Bahia, com o fim da autópsia, o corpo já está liberado para a família providenciar o enterro.
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O advogado de Adriano, Paulo Emílio Catta Preta, defende a abertura de investigação na Corregedoria da Polícia Civil para que o caso seja esclarecido.
"Pretendo acompanhar para saber as circunstâncias da morte. Ele (Adriano) tinha um temor pela própria vida, tinha receio de ser morto. Ele não me disse o porquê, não disse o que o levava a pensar isso", disse. Neste domingo, o advogado havia afirmado que seu cliente tinha certeza de que iriam matá-lo como "queima de arquivo"
Em nota, porém, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) do Rio informou não ter aberto a investigação na Corregedoria. Segundo a secretaria, "a Sepol atuou na parte de inteligência. A parte operacional foi realizada pela Secretaria de Segurança da Bahia".
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A ação
De acordo com a polícia, a operação mobilizou cerca de 70 agentes do Bope da Bahia. Os militares se separaram para cobrir toda a área e impedir uma possível fuga do miliciano na região. Na abordagem à casa, numa área isolada, três PMs formaram um triângulo. O primeiro policial, na frente, segurou um escudo e arrombou a porta. Em seguida, segundo a polícia, Adriano atirou e houve confronto. O ex-capitão da PM, então, foi atingido por dois tiros. Levado ao hospital, ele não resistiu.
A polícia não revelou como localizou um dos principais nomes da lista da Interpol, o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega. No entanto, a apreensão de 13 celulares e sete cartões de chip explica como o ex-militar conseguia se manter escondido sem ser rastreado.
Antes, tentativa frustrada
Há uma semana, na Costa do Sauípe, também na Bahia, as polícias Civil do Rio e da Bahia fizeram uma operação no então esconderijo onde estava o ex-capitão. Na ocasião, foi encontrada uma identidade falsa. Segundo uma fonte da polícia, Adriano fugiu do local cinco minutos antes da chegada dos agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Bahia.
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Os investigadores descobriram que ele mantinha as janelas abertas para escapar, se a casa fosse invadida, o que acabou acontecendo. A escolha do imóvel, que tinha diária de aluguel de R$ 1 mil, foi estratégica. A residência dava fundos para uma lagoa e o ex-militar fugiu pelo mangue.