Tânia foi obrigada a pular de ônibus em movimento
Arquivo familiar
Tânia foi obrigada a pular de ônibus em movimento

O corpo da costureira Tânia da Conceição Mota , de 62 anos, morta ao saltar de um ônibus em movimento durante um assalto em Pilares , na Zona Norte do Rio , será enterrado na manhã deste domingo (19), no Cemitério de Inhaúma. O sepultamento está previsto para as 10h, com velório a partir das 7h30. O caso ocorreu no ônibus da linha 298 (Acari — Castelo) na noite da última sexta-feira, por volta das 19h. Segundo a família, um ônibus levará amigos e parentes da vítima até o cemitério.

"Ela era muito amada. Muitas pessoas aqui da comunidade do Jacarezinho, onde a minha tia morava, vão prestar essa última homenagem a ela. Espero que essa situação não fique impune. É mais uma vítima da violência do Rio. Nós vamos trabalhar e não sabemos se voltamos vivos para casa. Essa é a nossa rotina aqui na cidade", desabafa Diego Ferreira dos Santos, de 34 anos, sobrinho de Tânia.

Outras quatro pessoas que também pularam do veículo ficaram feridas e foram atendidas no Hospital Salgado Filho, mas, com ferimentos leves, já receberam alta. Os criminosos anunciaram o assalto quando o veículo passava próximo ao Morro do Urubu. Abalados, os familiares de Tânia afirmaram que os assaltantes teriam mandado que alguns passageiros descessem do ônibus, mesmo com ele em movimento.

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Ao saltar, a costureira bateu a cabeça no meio fio e teve um traumatismo crâniano fatal. Ela chegou a ser levada para o hospital, mas já chegou morta à unidade. A família esteve no Instituto Médico Legal (IML), no Centro, neste sábado, para liberar o corpo

"Minha mãe era a melhor pessoa da comunidade do Jacarezinho. Até os inimigos ela conseguia ajudar. Se minha mãe tivesse morrido de doença, mas não... Foi de uma forma violenta e isso nada vai apagar", afirmou a filha Glaucia da Conceição Mota, aos prantos, no IML.

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Tânia era costureira de um ateliê que presta serviços para a escola de samba Unidos da Tijuca. A idosa tinha dois filhos e três netos e costumava voltar de trem para casa. Porém, quando ia ao Mercadão de Madureira para comprar ervas medicinais para tratar uma artrose no joelho ou presentes para pessoas da sua comunidade, ela acabava pegando um ônibus para voltar do trabalho na Cidade do Samba.

"Tudo para ela era ritmo de festa. Eu tenho certeza que ela tinha ido comprar um presente para um menino que ia fazer aniversário na comunidade", disse o marido da vítima, Carlos Augusto Teixeira, de 66 anos, casado com ela há mais de 40. "Eu falei com ela pouco antes dela pegar o ônibus. A minha mulher estava muito animada com o fim de semana e ainda pediu para que eu colocasse cervejas para gelar", disse.

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