Suspeitos foram ouvidos pela PF
Daniel Marenco/Agência O Globo
Suspeitos foram ouvidos pela PF

Além de movimentações bancárias atípicas dos supostos hackers presos na terça-feira sob acusação de terem invadido o Telegram do ministro da Justiça, Sergio Moro, e outras autoridades, a Polícia Federal também apontou suspeitas envolvendo operações de câmbio para compra de dólares e euros, que totalizaram o montante de R$ 90 mil.

 O alerta foi feito à PF por relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiro (Coaf), que foi utilizado para pedir a prisão temporária dos supostos hackers à 10ª Vara Federal do DF. "Foram verificadas diversas operações financeiras suspeitas, ocorridas entre 01/01/2016 e 05/12/2016, efetivadas por Walter Delgatti Neto e Danilo Cristiano Marques, dentre outras pessoas, relacionada à compra de dólares americanos e euros em lojas de câmbio situadas em aeroportos", escreveu a PF em sua representação.

O período, porém, é bem anterior à invasão do Telegram de Sergio Moro. A PF citou o fato para demonstrar a "relação criminosa" entre os alvos da operação. Segundo o relatório do Coaf, "Walter Delgatti e Danilo Cristiano Marques teriam comentado que usariam o dinheiro para comprar armas".

"A comunicação do Coaf anota que as operações suspeitas de câmbio têm o montante associado de R$ 90.712,00 e que além das operações realizadas, outras operações de câmbio foram tentadas pelos envolvidos, mas frustradas em razão de terem sido consideradas suspeitas", escreveu a PF.

Os investigadores detalham ainda a relação de Walter Delgatti Neto com os outros dois alvos da operação, Gustavo Henrique Elias Santos e sua namorada Suellen Priscila de Oliveira. Segundo a representação, Walter apresentou uma denúncia contra Gustavo em uma delegacia da PF, acusando-o de ter lhe repassado dinheiro falso. "Aparentemente seria um pequeno desentendimento entre parceiros no crime", escreveu a PF. A representação aponta que eles foram flagrados juntos durante cometimento de outros crimes.

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As defesas de Walter e Danilo não responderam aos contatos do Globo. A defesa de Gustavo e Suellen afirma que eles não tiveram participação nos ataques a celulares de autoridades e que foram presos pela relação de amizade com Walter. 

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