Insumos enviados pelo governo brasileiro à Venezuela ficarão estocados até a chegada de caminhões
Divulgação/TV NBR
Insumos enviados pelo governo brasileiro à Venezuela ficarão estocados até a chegada de caminhões

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) carregado com alimentos e remédios pousou no fim da manhã desta sexta-feira (22) em Boa Vista, Roraima. Os insumos são parte da  ajuda humanitária prometida pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) ao autodeclarado presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó.

O boeing 767 da FAB foi carregado com quase 23 toneladas de leite em pó e 500 kits de medicamentos que serão transportados, com escolta, da capital roraimense até o município de Pacaraima, já fronteira com a Venezuela .

Para que a ajuda efetivamente chegue aos venezuelanos, no entanto, os caminhões de Juan Guaidó precisarão driblar as tropas de Nicolás Maduro , que fecharam a fronteira da Venezuela com o Brasil na noite dessa quinta-feira (21).

Ainda não há confirmação, por parte de Guaidó, de como seus veículos cruzarão a fronteira. Segundo o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, o governo brasileiro não tem pressa para efetivar a entrega, pois há local para armazenar os insumos em Boa Vista.

“O tempo dos medicamentos e alimentos que estamos levando tem um prazo de validade bastante alongado. Dois, três meses [estocados] não nos preocupa”, disse.

Segundo o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), as autoridades brasileiras não irão cruzar a fronteira de maneira alguma. O general foi indicado por Bolsonaro para representar o governo brasileiro em reunião do Grupo de Lima a ser realizada na semana que vem, na Colômbia, para discutir a situação dos venezuelanos.

Leia também: Caravana de apoio à ajuda humanitária é atacada na Venezuela

Na fronteira com o Brasil, a presença de tanques das tropas alinhadas ao regime de Nicolás Maduro provoca apreensão. A oposição venezualana denunciou que indígenas foram baleados pelos militares que protegem a fronteira com o Brasil nesta madrugada.

A população de Roraima, por sua vez, também prevê problemas com o fechamento da fronteira. O governador roraimense, Antonio Denarium (PSL), disse nesta manhã que o estado pode enfrentar crise de abastecimento de energia e de combustíveis devido à decisão de Maduro.

Isso porque Roraima importa fertilizantes venezuelanos e também compra energia elétrica do país, uma vez que o estado não faz parte do sistema nacional de transmissão. Em cidades fronteiriças, como Pacaraima, também não há postos de combustíveis porque os moradores têm o hábito de atravessar a fronteira para abastecer na Venezuela , onde o litro da gasolina chega a custar R$ 0,10.

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