A greve geral na Argentina afetou 17 voos nesta segunda-feira (25) no Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU Airport), em São Paulo. Foram canceladas 11 partidas para Buenos Aires e seis chegadas da capital argentina. De acordo com o Ministério dos Transportes argentino, 594 voos foram cancelados em todo o país.
Entre as companhias que operam voos para o país vizinho estão a Latam, Gol, Aerolíneas Argentinas, Ethiopian Airlines, KLM e Qatar. Para minimizar os problemas da greve geral causados aos passageiros, as empresas adotaram algumas alternativas.
A Gol informou, em nota, que criou novos voos para atender à demanda, marcados para a noite de segunda-feira e manhã de terça-feira (26). A companhia orienta os passageiros a remarcar suas viagens conforme disponibilidade, sem a cobrança de taxas, ou solicitar reembolso ou crédito integral das passagens pelo site, o aplicativo ou pelos telefones 0300 115 2121 e 0800 704 0465.
A Latam também cancelou todos os voos domésticos e internacionais para a Argentina. Os clientes podem reprogramar os seus voos antecipadamente pelo aplicativo, ou pelos telefones 0810-9999-526 (na Argentina ), 4002-5700 (capitais brasileiras) ou 0300-570- 5700 (demais localidades do Brasil). É possível também alterar data ou horário sem multas até 15 dias após a data original do voo, mudança de rota ou o reembolso do bilhete não utilizado.
A Aerolíneas Argentinas adiantou voos para domingo, e os passageiros que não conseguiram antecipar a viagem podem pedir reembolso pelo mesmo canal que utilizaram para a compra. Os clientes que preferirem reprogramar os voos terão prazo de 15 dias, sem restrições, de acordo com a disponibilidade de lugares.
A Aerolineas Argentinas solicita ainda que os passageiros que não compareçam aos aeroportos durante a greve.
Leia também: Trump: imigrantes ilegais devem ser mandados para seus países 'imediatamente'
Greve geral argentina
A Confederação Geral do Trabalho (CGT) deu início, às 0h desta segunda-feira (25), a uma greve em todo o país. A paralisação é uma reação da população à política econômica adotada pelo governo do presidente Mauricio Macri.
Essa já é a terceira manifestação que ocorre em dois anos e meio da gestão do presidente Mauricio Macri. Ela ocorre, ironicamente, às vésperas do jogo da seleção argentina contra a da Nigéria, amanhã, na Copa do Mundo de futebol – o que pode resultar na eliminação precoce do país do mundial.
O transporte público será um dos mais atingidos pela paralisação, que promete interromper também o funcionamento dos postos de gasolina e dos bancos. Além disso, movimentos sociais de esquerda prometem cortar as principais vias de acesso à capital, Buenos Aires.
Essa greve é considerada pelas centrais sindicais como uma demonstração de força. Ela ocorre cinco dias após o primeiro desembolso dos US$ 50 bilhões que o Fundo Monetário Internacional (FMI) colocou à disposição do governo argentino.
Tal medida vale pelos próximos 36 meses e tem o objetivo de ajudar o país a superar a crise cambial e colocar as contas em ordem. Em troca desse empréstimo, o governo Macri se comprometeu a reduzir os gastos públicos e a inflação, que beira aos 30% neste ano.
A paralisação deve durar pelo menos 24 horas. Há quem compare o momento atual da Argentina à crise de 2001, apontada como a pior da história recente do país.
Leia também: PRF apreende mais de 800 kg de cocaína com foto de Pablo Escobar
Porta-voz do governo, o ministro do Trabalho, Jorge Triaca, diz que a greve geral “não serve para coisa alguma, porque não vai resolver os problemas dos argentinos”. De acordo com ele, é objetivo da gestão Macri manter o diálogo com as centrais sindicais.
* Com informações da Agência Brasil