Segundo a pesquisa, entre 1980 e 2016, 910 mil pessoas foram assassinadas por perfuração de armas de fogo no país
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Segundo a pesquisa, entre 1980 e 2016, 910 mil pessoas foram assassinadas por perfuração de armas de fogo no país

A taxa de homicídios no Brasil corresponde a 30 vezes a da Europa, é o que aponta os dados do Ministério da Saúde, divulgados nesta terça-feira (5) no 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Só em 2016, 62.517 pessoas foram assassinadas no país o que equivale a uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes.

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Os números apresentados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apontam ainda que, nos últimos dez anos, o país soma 553 mil pessoas assassinadas .

A Região Norte e Nordeste concentram os estados com a maior a taxa de letalidade: Sergipe (64,7 para cada 100 mil habitantes), Alagoas (54,2), Rio Grande do Norte (53,4), Pará (50,8), Amapá (48,7), Pernambuco (47,3) e Bahia (46,9). As maiores variações na taxa foram observadas em São Paulo, onde houve redução de 56,7%, e no Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 256,9%.

A violência letal contra jovens continua se agravando nos últimos anos e já responde por 56,5% das mortes de homens entre 15 e 19 anos de idade. Na faixa entre 15 e 29 anos, sem distinção de gênero, a taxa de homicídio por 100 mil habitantes é de 142,7, e sobe para 280,6, se considerarmos apenas os homens jovens.

Ao incluir a raça/cor na análise o problema se agrava. Nos últimos dez anos, a taxa de homicídios de indivíduos não negros diminuiu 6,8% e a vitimização da população negra aumentou 23,1%, chegando em 2016 a uma taxa de homicídio de 40,2 para indivíduos negros e de 16 para o resto da população. Ou seja, 71,5% das pessoas que são mortas a cada ano no país são pretas ou pardas.

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Feminicídio e estupro

A violência contra a mulher também piora a cada ano. Os dados apontam que 68% dos registros de estupro são de vítimas menores de 18 anos e quase um terço dos agressores das crianças de até 13 anos são amigos e conhecidos da vítima e 30% são familiares mais próximos como país, mães, padrastos e irmãos. Quando o criminoso é conhecido da vítima, 54,9% dos casos são ações recorrentes e 78,5% dos casos ocorreram na própria residência.

Os pesquisadores ressaltam a importância de uma política de controle responsável de armas de fogo para aumentar a segurança de todos.

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De acordo com a pesquisa, entre 1980 e 2016, 910 mil pessoas foram assassinadas por perfuração de armas de fogo no país. No começo da década de 1980, os homicídios com arma de fogo eram 40% do total e chegou a 71,1% em 2003, quando foi implantado o Estatuto do Desarmamento. A proporção se manteve estável até 2016. O levantamento aponta, ainda, que os estados onde houve maior crescimento da violência letal são os mesmos onde cresceu a vitimização por arma de fogo.

* Com informações da Agência Brasil

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