Cerca de 200 homens do Exército prestaram apoio à reconstituição da morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes
Fernando Frazão/Agência Brasil - 10.5.18
Cerca de 200 homens do Exército prestaram apoio à reconstituição da morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, se disse otimista em relação às investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, que completará dois meses na próxima segunda-feira (14). A reconstituição do crime foi realizada pela Polícia Civil entre a noite de ontem e a madrugada desta sexta-feira (11) no local exato onde a parlamentar foi executada. O procedimento durou cerca de cinco horas e foi acompanhado por quatro testemunhas.

O general Richard Nunes explicou que a reconstituição da morte de Marielle Franco era necessária para "entender a dinâmica do crime de uma maneira mais completa". "Toda a reconstituição vai virar um laudo, onde determinadas dúvidas podem se transformar em certezas. Prefiro manter a cautela que tem caracterizado essa investigação, com a certeza de que o trabalho está sendo muito bem feito. Estou otimista como sempre estive", afirmou o secretário em entrevista à rádio BandNews FM .

A reconstituição do crime contou com disparos reais contra sacos de areia para que as testemunhas pudessem ajudar a definir se os 13 tiros que atingiram o carro de Marielle e Anderson partiram de uma pistola ou de uma metralhadora.

Cerca de 200 homens do Exército prestaram apoio à Delegacia de Homicídios da Capital durante a reconstituição do crime ocorrido na noite de 14 de março. Várias ruas foram interditadas e dezenas de metros de lona preta foram utilizados para impedir a visualização dos trabalhos, a fim de preservar a identidade das testemunhas que ali estavam.

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Vazamentos colocaram a vida de testemunhas em risco, diz secretário

Essa preocupação em manter em segredo a identidade das testemunhas foi reforçada na entrevista do secretário de Segurança, que criticou vazamentos ocorridos ao longo desta semana. O general afirmou que a divulgação de informações sigilosas pôs a vida de testemunhas em risco e atrasou as investigações. "Aqueles que realmente querem ver o crime elucidado têm que ter confiança no trabalho da polícia e entender que o sigilo é fundamental. Os vazamentos, logicamente, prejudicam as investigações e colocam, inclusive, em risco a vida de pessoas porque a identificação de nomes nos causa uma preocupação enorme. Tivemos que tomar medidas acautelatórias para que o mal maior não se produzisse", afirmou Richard Nunes.

"Eu entendo a angústia da sociedade e entendo o trabalho da imprensa, é natural que seja assim, porém, há que haver o mínimo de compreensão de que vazamentos desse teor podem ser muito prejudiciais não só à investigação, como à própria segurança de certas pessoas", complementou.

A crítica do secretário remete às reportagens publicadas nesta semana pelo jornal O Globo , que revelaram depoimentos de uma testemunha ouvida pela Polícia Civil que associou o vereador Marcello Siciliano (PHS), policiais militares e um miliciano de terem planejado a morte de Marielle Franco . Nessa quinta-feira, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, confirmou que o grupo figura no ról de investigados .

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