Forças Armadas durante operação na Vila Kennedy, no Rio de Janeiro; ações têm sido recorrentes na região
Tânia Rêgo/Agência Brasil - 7.3.18
Forças Armadas durante operação na Vila Kennedy, no Rio de Janeiro; ações têm sido recorrentes na região

Os militares das Forças Armadas deixarão a comunidade da Vila Kennedy, na zona oeste do Rio de Janeiro, nas próximas semanas. A informação foi repassada na manhã desta terça-feira (20) pelo coronel Carlos Frederico Cinelli, do Comando Militar do Leste (CML).

Situada às margens da Avenida Brasil, a Vila Kennedy foi  palco de constantes ações desde o estabelecimento da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. Cerca de 50 soldados realizam patrulhamento na comunidade atualmente, número já bem abaixo dos 1.400 militares que eram enviados ao local nas primeiras operações, que visavam a remoção de barricadas armadas por criminosos para dificultar o acesso das forças policiais.

A comunidade foi utilizada como 'laboratório' pelo Gabinete de Intervenção Federal e, não por acaso, foi escolhida para receber a celebração de um mês da ação militar no estado do Rio, no último sábado (17) . Na ocasião, militares e servidores da prefeitura e do governo estadual fizeram ação comunitária com atendimentos de saúde, assistência odondológica, distribuição de preservativos e a emissão de documentos.

O general Braga Netto, responsável pelas ações de segurança no estado, disse durante o evento que a ação comunitária "representa o início de uma nova fase da presença dos governos federal, estadual e municipal nas comunidades do Rio de Janeiro".

Antes dessa "nova fase", as ações na Vila Kennedy nem sempre foram tão amistosas. Grupos ligados aos direitos humanos e à imprensa criticaram o fato de os soldados estarem "fichando" moradores, que eram fotografados junto ao documento de identidade, e também cercearem jornalistas que acompanhavam as atividades das Forças Armadas no local.

Recursos para a intervenção

Já nessa segunda-feira (19), Braga Netto participou de reunião com a equipe da intervenção, com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, para discutir o orçamento para as ações de segurança. O general afirmou que, conforme os estudos realizados por sua equipe, é necessário o emprego de R$ 3,1 bilhões na área.

Desse total, segundo o gabinete de intervenção, R$ 1 bilhão seria para gastos com pessoal, R$ 600 milhões seriam para o pagamentos de dívidas já existentes e R$ 1,5 bilhão para custeio e investimentos até o fim do ano.

No fim de semana, o presidente Michel Temer definiu que haveria liber ação de recursos da União na ordem de R$ 1 bilhão para as ações de segurança no Rio de Janeiro. Marun, após a reunião com Braga Netto nessa segunda-feira, reafirmou que a segurança "é uma prioridade do governo federal" e que "a questão dos recursos financeiros necessários será equacionada".

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