Investigadores encontraram caixas de remédios para tratamento de câncer compradas pelo governo por R$ 8 mil cada
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Investigadores encontraram caixas de remédios para tratamento de câncer compradas pelo governo por R$ 8 mil cada

Nove pessoas foram presas nesta quarta-feira (31) por suspeitas de integrarem esquema dedicado a desviar de órgãos públicos remédios de alto custo para o tratamento de câncer e revendê-los a hospitais e clínicas. As prisões foram realizadas em São Paulo, em Goiás, no Espírito Santo e no Distrito Federal no âmbito da Operação Medlecy 2, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de SP.

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De acordo com o MP-SP, uma das pessoas presas é um servidor público que trabalha como motorista no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Ele é suspeito de facilitar os desvios de remédios e as investigações indicaram que ele recebeu por meio de depósitos bancários um total de R$ 125 mil apenas entre abril e maio do ano passado.

Além dos mandados de prisão, são cumpridos também por equipes do Gaeco e da Corregedoria Geral da Administração (CGA) 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Araraquara, Bauru, Guarulhos, Osasco, São Paulo, Goiânia, Colatina (ES) e Brasília.

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Esquema é maior que o inicialmente identificado

A operação deflagrada nesta manhã é um desdobramento de investigações iniciadas em 2015, quando foi descoberto o esquema ilegal para obtenção dos medicamentos (por meio de furto, roubo e desvio de órgão público) e revenda por meio de uma empresa de fachada sediada em Bauru, no interior paulista. A operação do MP-SP ganhou o nome justamente dessa empresa, registrada como "Medlecy".

Durante as diligências da primeira fase da operação, realizada em maio de 2016, foram encontradas caixas dos medicamentos de alto custo que inicialmente tinham sido vendidas à Secretaria de Estado da Saúde para o tratamento de câncer. O governo estadual havia pagado cerca de R$ 8 mil em cada caixa.

As investigações que já haviam rendido denúncia contra 15 pessoas em 2016 apontaram mais 11 integrantes da organização criminosa, sendo que dez deles ocupavam a função de fornecedor de medicamentos de origem ilícita. Segundo o Gaeco, o grupo faturou cerca de R$ 16,5 milhões entre setembro de 2014 e maio de 2016 com a venda dos medicamentos a clínicas e hospitais.

As pessoas presas nesta quarta-feira pelo desvio dos remédios devem responder por crimes de organização criminosa, crime contra a saúde pública e receptação dolosa qualificada. 

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