Governador do Ceará anuncia força-tarefa para investigar chacina de Cajazeiras

Maior massacre do estado deixou 14 mortes e 18 feridos; seccional da Ordem dos Advogados do Brasil pode pedir intervenção federal no estado

Festa onde aconteceu a maior chacina do Estado do Ceará ocorreu no bairro Cajazeiras, na periferia de Fortaleza
Foto: TV Globo/Reprodução
Festa onde aconteceu a maior chacina do Estado do Ceará ocorreu no bairro Cajazeiras, na periferia de Fortaleza

O governo do Ceará vai montar uma força-tarefa para investigar a maior chacina já registrada no estado  ocorrida na madrugada de sábado (27) no bairro Cajazeiras, em Fortaleza. Ao menos 14 pessoas morreram e 18 ficaram feridas.

A força-tarefa será tema de reunião convocada para 11h, no horário local, em Fortaleza. Participarão, além do governador do Ceará, Camilo Santana, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do estado, André Costa,  e representantes da Polícia Militar, Polícia Civil e Perícia Forense, do Ministério Público e Judiciário.

De acordo com a Secretária de Segurança Pública, o fato ocorreu em uma casa de eventos, conhecida por "Forró do Gago", na Rua Madre Tereza de Calcutá.  Homens armados desembarcaram de veículos e atiraram contra as pessoas que estavam no estabelecimento. Em seguida, fugiram. Foram confirmados 14 óbitos no local, sendo oito vítimas do sexo feminino e seis do sexo masculino.

Pelas redes sociais, o governador Camilo Santana referiu-se à chacina como “ato selvagem e inaceitável”. No texto, ele afirmou que convocou imediatamente o secretário André Costa e a cúpula da Secretaria de Segurança, determinando "rigor absoluto nas investigações e busca incessante dos criminosos”.

Santana quer que todos os envolvidos sejam identificados e presos o mais rápido possível. "Não aceitaremos de forma alguma que esse tipo barbárie fique impune. Confio na nossa polícia e tenho absoluta convicção de que uma resposta será dada muito em breve”, afirmou o governador.

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Ainda no sábado, uma pessoa foi presa, suspeita de participação nas mortes, e um fuzil foi apreendido. Outras pessoas já foram identificadas. A polícia trabalha para prender os suspeitos, auxiliada por outros órgãos públicos.

OAB-CE

A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Ceará (OAB–CE) deve entrar com pedido de intervenção federal no estado. A Ordem vai convocar para quarta-feira (31) uma sessão no pleno do conselho para tratar da segurança pública do estado.

O presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-CE , Francisco Garisto, afirmou neste domingo (28) que o pedido de intervenção poderá ser uma das deliberações.

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a reunião será pública e serão convidados para participar o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do estado, André Costa, e a secretária de Justiça e Cidadania, Socorro França. A partir de segunda-feira (29), o tema também será tratado internamente.

"Temos 15 mortes por dia. Não tem isso nem na Síria ou no Iraque. No ano passado foram 5.440 mortes e, somente neste mês de janeiro, já morreram mais de 400", disse Garisto.  Para a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, foram 200 homicídios registrados no estado em janeiro.

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Conforme Garisto, a medida deveria ter sido tomada antes mesmo da chacina. Ele acredita que mais mortes ocorrerão no estado. Segundo a OAB-CE, a ação violenta foi a maior do estado do Ceará e é atribuída a disputas entre facções criminosas, já com informações de revanche.

* Com informações da Agência Brasil