56 presos foram mortos em rebelião que durou dois dias, em janeiro deste ano
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56 presos foram mortos em rebelião que durou dois dias, em janeiro deste ano

O Ministério Público Estadual do Amazonas denunciou, nesta sexta-feira (24), 213 pessoas à Justiça pelo homicídio triplamente qualificado, tortura e vilipêndio (desrespeito à cadáveres) de 56 presos durante a rebelião em um presídios de Manaus , em janeiro deste ano. O massacre é considerado o maior dentro do sistema prisional do Brasil, desde o de Carandiru, em 1992.

A investigação confirmou que o massacre aconteceu quando líderes da Família do Norte (FDN), detidos em penitenciárias federais, ordenaram a morte de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Na denúncia, obtida pelo jornal Estado de S. Paulo, um dos acusados teve pena recomendada em mais de 2,2 mil anos.

De acordo com o MP, a partir de relatos e vídeos de Whatsapp, divulgados pelos próprios acusados, os presos empregaram meios cruéis, como fogo e asfixia, e impossibilitaram a defesa das vítimas, já que elas estavam desarmadas e confinadas em celas.

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O mentor do ataque, diz o Ministério Público, foi José Roberto Fernandes Barbosa, o Zé Roberto da Compensa, atualmente preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ele é chamado de “capo de tutti capi”, o chefe de todos chefes.

Junto com Gelson Lima Carnaíba e João Pinto Carioca, detidos no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, ele compõe a “trinca de comando da FDN”. Eles teriam usado emissários, como a mulher de Zé Roberto, Luciane Albuquerque de Lima, também denunciada, para entregar a carta com a ordem do massacre.

Ação nacional

O massacre em Manaus foi o primeiro de três ataques que aconteceram em janeiro, todos realizados por rixa entre gangues de presos. Na semana seguinte, 33 pessoas foram mortas em Boa Vista e dias depois, 26 foram assassinadas na Penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte.

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No caso de Manaus, além de querer estabelecer superioridade sobre a gangue rival, os acusados também pretendiam ampliar o benefício de seus associados através do massacre, “como transformar a área da inclusão em ‘motel’ para os filiados da FDN", decidindo para isso "exterminar os presos que lá se encontravam.”

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