Setor de agropecuária foi responsável por 74% das emissões dos gases em 2016.
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Setor de agropecuária foi responsável por 74% das emissões dos gases em 2016.

O Brasil teve um aumento nas emissões de gases que causam efeito estufa de 8,9% em 2016, em comparação com o ano anterior, mesmo com queda da riqueza do país no mesmo período, de acordo com relatório divulgado pelo Observatório do Clima, nesta quarta-feira (25). É o nível mais alto desde 2008 e a maior elevação registrada desde 2004.

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Segundo o relatório, o país emitiu, no ano passado, 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e), contra 2,091 bilhões, em 2015. Os dados são do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, o SEEG, uma estimativa anual de emissões de gases feita no país.

Estudiosos do observatório apontam a relação do aumento de gases com a economia do país, já que, com os novos dados de 2016, a elevação acumulada das emissões foi de 12,3%, contra a queda de 7,4 pontos no Produto Interno Bruto, em 2016.

“O Brasil se torna, assim, a única grande economia do mundo a aumentar a poluição sem gerar riqueza para sua sociedade”, segundo o relatório. O país ocupa o lugar de sétimo maior poluidor do mundo, com 3,4% do total mundial de emissão de CO2.

Um dos principais motivos para a subida nas emissões foi a alta de 27% no desmatamento da floresta Amazônica. “O descontrole do desmatamento, em especial na Amazônia, nos levou a emitir 218 milhões de toneladas de CO2 a mais em 2016 do que em 2015. É mais do que duas vezes o que a Bélgica emite por ano, afirma uma das pesquisadoras que fazer o SEEG, Ane Alencar.

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Além disso, a agropecuária aumentou suas emissões em 1,7%, sendo a principal responsável pelas emissões no país, já que responde por 74% do total. De acordo com o relatório, o motivo de aumento no setor é a crise econômica, já que com menos consumo de carne bovina, menos gado tem sido abatido e mais animais circulam no pasto. Bois e vacas emitem metano durante a digestão e o gás é segundo maior causador de efeito estufa , depois do CO2.  

Nos outros setores da economia houve queda: menos 7,3%, no setor de energia; menos 5,9%, no setor de processo industriais; e menos  0,7%, no setor de resíduos.

Acordo de Paris

Os novos números vão contra o compromisso firmado pelo Brasil de acompanhar os esforços mundiais para combater as causas do aquecimento global , seguindo o  Acordo de Paris.

O documento enviado pelo país à ONU específica que irá reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% dos níveis de 2005, até  2025, e em 43%, até 2030.

*com informações da Agência Brasil

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