Manifestação no Rio não teve caráter reivindicatório, embora cada grupo tenha chamado atenção para suas lutas
Fernando Frazão/Agência Brasil
Manifestação no Rio não teve caráter reivindicatório, embora cada grupo tenha chamado atenção para suas lutas

Uma manifestação na área em torno do Monumento aos Mortos na 2ª Guerra Mundial, no Parque do Flamengo, neste domingo (3) visou chamar a atenção de toda a sociedade para o elevado número de mortes de agentes de segurança no estado do Rio de Janeiro.

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A ação, que reuniu cerca de 300 pessoas, entre policiais da ativa e da reserva, familiares e amigos das vítimas, ocorreu no mesmo dia em que foi enterrado o 101º policial assassinado desde o início do ano no Rio , o sargento da Polícia Militar (PM) Lucio Ferreira de Santana, morto na última sexta-feira (1).

Enterrado no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona norte do Estado, o sargento havia reagido a uma tentativa de assalto a uma loja comercial no centro de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Usando o lema "Mexeu com um, mexeu com todos", a manifestação não teve caráter reivindicatório, embora cada grupo participante tenha chamado a atenção para suas lutas específicas, como a falta de infraestrutura e de armamento de qualidade e a necessidade de atendimento psicológico adequado aos policiais que foram baleados e sobreviveram.

“O ato, que no início seria apenas um culto ecumênico, é uma homenagem aos nossos companheiros mortos em combate. Hoje, quase todo dia está morrendo um”, explicou o subtenente Ricardo Garcia, da reserva remunerada da PM, organizador da manifestação.

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De acordo com Garcia, o lema é um apelo para unir a polícia e também para conscientizar a sociedade com relação à situação vivida pelos policiais. “Nós devemos ter a humildade de dizer à sociedade que a luta está difícil. Se a sociedade não se unir a nós, a batalha pode ser perdida. Estamos plantando hoje essa semente de união, não por nós, mas por nossos filhos e netos”, disse.

Sete bonecos colocados junto a um dos postes de iluminação do parque vestiam fardas de policiais militares mortos este ano. Perto dali, o grupo formado por mulheres e parentes das vítimas ostentavam a faixa com os dizeres "Esposas e familiares – somos todas sangue azul", uma alusão à cor da farda da Polícia Militar fluminense.

“Nossos heróis estão morrendo. Isto tem que ter um basta”, desabafou Sonia Lopes, mãe do PM Silvio César Lopes da Silva, morto no último dia 9 de agosto, aos 39 anos de idade. Ele estava fora de serviço e foi baleado ao reagir a um assalto, no dia do aniversário da esposa, deixando três filhos.

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A manifestação no Rio foi encerrada com o culto ecumênico do alto de um carro de som, que teve à frente o capelão da Polícia Militar Enoque Rafael. “Não vamos nos calar, sempre que houver um policial morto nós estaremos ao seu lado”, disse o capelão, antes de convocar todos os participantes a rezarem o Pai Nosso.

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