São Paulo teve rápidas garoas no começo do mês, mas volume de chuva acumulada foi de apenas 0,6mm, segundo CGE
Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
São Paulo teve rápidas garoas no começo do mês, mas volume de chuva acumulada foi de apenas 0,6mm, segundo CGE

Os moradores da cidade de São Paulo estão lidando com o segundo mês de julho mais seco desde 1995: já são 44 dias sem chuvas significativas na capital paulista. De acordo com o monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da prefeitura, somente em 2008 o volume de chuvas para o mesmo período esteve abaixo da atual marca.

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A cidade de São Paulo só não ficou 'zerada' em matéria de chuvas neste mês porque nesse período de 44 dias houve rápidas garoas isoladas nos dias 20 e 21 de junho e também nos três primeiros dias deste mês. O volume acumulado, no entanto, foi de apenas 0,3 milímetros, número muito abaixo dos 46,6 milímetros esperados.

A última vez em que os paulistanos de fato precisaram tirar o guarda-chuva do armário foi no dia 13 do mês passado, quando o volume acumulado foi de 13,1 milímetros.

Ainda de acordo com os dados do CGE, a atual série sem chuvas está a 19 dias de alcançar a pior série histórica, registrada entre julho e setembro de 2012.

E não é impossível que o recorde seja alcançado pois o  clima seco ainda deve permanecer por mais tempo na capital paulista, segundo explica a meteorologista Neide Oliveira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). “É normal que isto ocorra nesta época do ano e as chuvas mais expressivas só devem voltar lá pelo mês de setembro."

A meteorologista explica que há um sistema de alta pressão impedindo a formação de nuvens na grande SP. As frentes frias chegam ao Rio Grande do Sul e Uruguai, mas acabam indo para o oceano, deixando só o ar frio e seco no Sudeste e Centro-Oeste. A umidade relativa do ar tem ficado em torno de 30% nessas regiões, incluindo a cidade de São Paulo.

Calor e frio num mesmo dia

Nos últimos dias, o inverno na capital paulista tem sido de tempo mais frio durante o final da noite  e madrugada e predomínio de sol com elevação da temperatura ao longo dia.

A situação reflete a grande amplitude térmica tradicional deste período do ano. Isto é, a diferença entre as temperaturas mínimas e máximas variam bastante. Além disso a combinação dos baixos índices de umidade com a falta de chuva facilita a concentração dos poluentes o que prejudica a qualidade do ar nos grandes centros urbanos.

“É comum a incursão de frentes frias, acompanhadas de massas de ar frio em sua retaguarda que podem ter moderada a forte intensidade, derrubando as temperaturas trazendo chuvas e aliviando o tempo seco”, comenta o meteorologista do CGE Thomaz Garcia.

 Com a estiagem prolongada, as partículas de poluentes em suspensão no ar formam uma espécie de cortina de tom cinza sobre os prédios da região central de São Paulo. Vista de longe, a cena chega a ser atraente pela formação de matizes que surgem aos primeiros raios de sol. Mas a beleza esconde uma situação de risco à população.

“Esse tempo seco prejudica a saúde das pessoas, principalmente, idosos e crianças, provocando mais problemas respiratórios, além de levar a um aumento de casos de incêndio”, alerta Adilson Nazário, técnico em meteorologia do CGE.

Segundo ele, embora tenha ocorrido bloqueios para o avanço das frentes frias existe a possibilidade de algum chuvisco, no começo de agosto.

Para os próximos dias, no entanto, o sol e o tempo seco devem permanecer na capital paulista. A previsão é que o final de semana será marcado por dias ensolarados e quentes no período da tarde na cidade de São Paulo.

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*Com informações e reportagem da Agência Brasil

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